Gigante da tecnologia busca diversificar sua cadeia de suprimentos e reduzir dependência da China.
25 de Abril de 2025 às 19h41

Apple planeja transferir produção de iPhones da China para a Índia até 2026

Gigante da tecnologia busca diversificar sua cadeia de suprimentos e reduzir dependência da China.

A Apple anunciou planos para transferir a produção de iPhones destinados ao mercado dos Estados Unidos da China para a Índia até o final de 2026. A medida visa mitigar os impactos da crescente guerra comercial entre os EUA e a China, que se intensificou sob a administração do ex-presidente Donald Trump, responsável pela imposição de tarifas elevadas sobre produtos chineses.

Atualmente, a empresa vende cerca de 60 milhões de iPhones anualmente nos Estados Unidos, dos quais aproximadamente 80% são fabricados na China. A mudança de local de produção não apenas busca proteger a Apple de possíveis consequências adversas das tarifas, mas também representa um esforço para reduzir a dependência da gigante da tecnologia em relação às fábricas chinesas.

A Apple já vem investindo na produção na Índia, estabelecendo parcerias com fabricantes locais como Tata Electronics e Foxconn, que também operam na China. Apesar da transferência da montagem, a empresa ainda depende de fornecedores chineses para a maioria dos componentes necessários à fabricação dos dispositivos, o que representa um desafio para a completa deslocalização da produção.

O plano de transferência foi acelerado após a pandemia, que paralisou a produção na principal fábrica da Apple na China. A empresa busca diversificar sua cadeia de suprimentos, aumentando a produção na Índia de 20% para 100% dos iPhones vendidos nos EUA, o que exigiria a fabricação de cerca de 80 milhões de unidades anuais no país asiático.

Além disso, a Apple tem se adaptado às novas realidades do mercado, buscando dobrar sua capacidade de produção na Índia, que atualmente é de 40 milhões de iPhones por ano. A estratégia de diversificação é crucial para a empresa, especialmente em um cenário de incertezas políticas e comerciais.

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Enquanto a Apple já transferiu parte de sua produção para a Índia e o Vietnã, a China continua sendo o principal centro de produção global dos iPhones. A empresa investiu pesadamente no país ao longo de quase duas décadas, o que torna a transição um desafio significativo.

Recentemente, a Apple foi alvo de notícias sobre o transporte de cinco aeronaves carregadas de iPhones e outros dispositivos da Índia para os EUA, em antecipação a uma tarifa recíproca de 10% sobre produtos indianos, que entrou em vigor em abril. O preço do modelo mais acessível do iPhone 16, lançado em setembro passado, pode aumentar de US$ 799 para US$ 1.142, caso a empresa decida repassar os custos aos consumidores.

Ainda que a Apple busque diversificar sua produção, a dependência de componentes chineses continua a ser um fator limitante. A maior parte da produção de iPhones na Índia ocorre na fábrica da Foxconn, enquanto a Tata Electronics, que adquiriu operações locais da Wistron e gerencia unidades da Pegatron, também é um fornecedor essencial para a Apple.

A decisão da Apple de não fabricar iPhones nos Estados Unidos se deve à falta de profissionais qualificados para operar o maquinário necessário. Tanto Steve Jobs, fundador da empresa, quanto Tim Cook, atual CEO, já afirmaram que a quantidade de engenheiros especializados nos EUA é insuficiente para atender à demanda de produção.

Com a mudança, a Apple espera não apenas aumentar sua produção na Índia, mas também estabelecer um modelo de negócios mais sustentável e menos vulnerável às flutuações do mercado global.

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