Um homem de 45 anos faleceu em São Bernardo do Campo; investigações apontam para bebidas adulteradas.
29 de Setembro de 2025 às 16h41

Terceira morte por intoxicação por metanol é confirmada na Grande São Paulo

Um homem de 45 anos faleceu em São Bernardo do Campo; investigações apontam para bebidas adulteradas.

A Prefeitura de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, confirmou nesta segunda-feira (29) a terceira morte associada a intoxicação por metanol, após o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. A vítima, um homem de 45 anos, faleceu no último domingo (28) em um hospital particular, onde estava internado.

Esse caso se soma a outros dois registros na região: um homem de 58 anos morreu em 24 de setembro, também em São Bernardo, e outro de 54 anos, que residia na Zona Leste da capital paulista, faleceu em 15 de setembro. A Secretaria de Saúde local informou que, além desses três óbitos confirmados, há pelo menos dez casos sob investigação na Grande São Paulo, levantando preocupações sobre a segurança das bebidas consumidas na região.

A principal suspeita das autoridades é que as intoxicações tenham ocorrido devido ao consumo de bebidas “batizadas”, que são aquelas adulteradas com metanol, uma substância química altamente tóxica. O metanol é frequentemente utilizado de forma ilegal em bebidas, pois é mais barato que o etanol, o álcool comum encontrado em bebidas alcoólicas.

Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública ressaltou que a adulteração de bebidas é uma questão grave de saúde pública, que pode resultar em surtos epidêmicos com alta taxa de letalidade. “Os episódios dessa natureza frequentemente resultam em múltiplos casos graves, afetando grupos populacionais vulneráveis”, destacou o comunicado.

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A Polícia Civil já está investigando os casos de envenenamento provocados por bebidas adulteradas, com quatro boletins de ocorrência registrados até o momento. As investigações indicam que a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) pode estar envolvida na distribuição do metanol utilizado nas adulterações. A Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) levantou a hipótese de que o metanol utilizado nas bebidas pode ter origem em produtos que a facção importou ilegalmente para misturar a combustíveis.

O uso de metanol em bebidas alcoólicas é extremamente perigoso. A ingestão pode causar sintomas como dor de cabeça, náuseas, vômitos e, em casos mais graves, cegueira e morte. As autoridades de saúde têm alertado a população sobre os riscos associados ao consumo de bebidas de origem duvidosa e recomendado que os consumidores verifiquem a procedência dos produtos.

A Secretaria da Saúde de São Paulo também emitiu recomendações para que bares e restaurantes verifiquem rigorosamente a procedência das bebidas que oferecem. O alerta é para que a população evite comprar produtos sem rótulo, lacre de segurança e selo fiscal, a fim de prevenir intoxicações que podem ser fatais.

As investigações continuam, e as autoridades estão trabalhando para identificar a origem do metanol utilizado nas bebidas adulteradas e responsabilizar os envolvidos na sua distribuição.

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