Após anúncio de tarifas adicionais de 100% por Trump, China reafirma sua posição e impõe novas taxas a navios americanos.
14 de Outubro de 2025 às 09h57

China promete lutar até o fim em guerra comercial com os Estados Unidos

Após anúncio de tarifas adicionais de 100% por Trump, China reafirma sua posição e impõe novas taxas a navios americanos.

A China declarou nesta terça-feira (14) que está disposta a "lutar até o fim" na guerra comercial com os Estados Unidos, em resposta ao anúncio do presidente Donald Trump sobre a imposição de uma tarifa adicional de 100% sobre produtos chineses. Essa declaração coincide com a entrada em vigor de novas taxas portuárias que afetam ambos os países, intensificando a disputa comercial e fiscal entre as duas potências econômicas.

A tensão aumentou nos últimos dias, especialmente após a China implementar novos controles sobre as exportações de tecnologias relacionadas a terras raras. Em represália, Trump anunciou tarifas adicionais que entrarão em vigor a partir de 1º de novembro, além de controles sobre "todo o software considerado crítico". Essa escalada coloca em dúvida uma possível reunião entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul.

Um porta-voz do Ministério do Comércio da China reiterou a posição do país, afirmando: "Se quiserem lutar, lutaremos até o fim. Se quiserem negociar, nossas portas continuam abertas". Ele também destacou que as novas medidas de controle sobre as exportações de terras raras são ações legítimas do governo chinês, em conformidade com as leis e regulamentos.

A partir de hoje, navios americanos que atracarem em portos chineses enfrentarão tarifas especiais, uma resposta direta às tarifas impostas pelos EUA. Essa medida visa reativar a indústria naval americana, que representa apenas 0,1% da construção naval global, e combater a dominância chinesa nesse setor.

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As novas taxas portuárias foram anunciadas pelo governo dos Estados Unidos como parte de um esforço para revitalizar os estaleiros navais do país. Navios de propriedade ou operados por empresas chinesas terão que pagar taxas específicas, afetando também armadores ocidentais que utilizam embarcações construídas na China.

Em resposta, a China já começou a cobrar tarifas sobre navios e armadores americanos. A emissora estatal CCTV informou que há uma isenção para navios construídos na China, mas as novas tarifas podem ter um impacto significativo no comércio global, que já enfrenta desafios devido às tarifas alfandegárias de Trump.

As bolsas de valores europeias reagiram negativamente ao aumento das tensões comerciais, com quedas significativas em índices como o CAC 40 em Paris e o DAX em Frankfurt. A incerteza sobre a capacidade das duas superpotências de chegar a um acordo duradouro continua a afetar os mercados financeiros.

Enquanto isso, os números oficiais revelaram que o comércio exterior da China se manteve robusto, com um aumento de 8,3% nas exportações em setembro em relação ao ano anterior. As exportações para os Estados Unidos também cresceram, indicando uma resiliência surpreendente, apesar do clima de tensão.

A Casa Branca, por sua vez, defende que as tarifas terão um efeito positivo a longo prazo, apesar das preocupações sobre o impacto imediato nas relações comerciais e na economia global.

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