Obras na residência oficial dos EUA começam com a derrubada de parte da estrutura para criar novo espaço de eventos.
21 de Outubro de 2025 às 10h47

Demolição da Ala Leste da Casa Branca marca início de construção do salão de baile de Trump

Obras na residência oficial dos EUA começam com a derrubada de parte da estrutura para criar novo espaço de eventos.

Na última segunda-feira, a Casa Branca iniciou a demolição de partes da Ala Leste, tradicionalmente utilizada como base de operações da primeira-dama, para dar lugar ao novo salão de baile do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O projeto, avaliado em US$ 250 milhões, já começou apesar da falta de aprovação da agência federal responsável pela supervisão de obras em prédios governamentais.

Imagens dramáticas do início das obras mostram máquinas de construção quebrando a fachada e janelas da Ala Leste, com destroços espalhados pelo chão. A demolição foi acompanhada de perto por repórteres que observavam de um parque próximo ao Departamento do Tesouro, que fica ao lado da Ala Leste.

Trump anunciou o início da construção em uma postagem nas redes sociais e mencionou o trabalho durante uma recepção com a equipe de beisebol da Universidade Estadual da Louisiana. O presidente afirmou: “Temos muita construção em andamento, como vocês podem ouvir”, acrescentando que as obras começaram “hoje”.

Apesar da falta de autorização formal, a Casa Branca prosseguiu com o projeto, que promete ser a maior mudança estrutural na residência presidencial desde a adição do Balcão Truman, em 1948. O novo salão de baile, com capacidade para cerca de 1.000 pessoas, foi projetado para atender às necessidades de eventos oficiais, já que a sala atual comporta apenas 200 convidados.

“Todos os presidentes sonharam em ter um salão de baile na Casa Branca”, disse Trump, ressaltando que o novo espaço será “uma joia neoclássica” e que não interferirá na estrutura existente. “Estará próximo, mas sem tocá-la, e mostrará total respeito ao edifício”, completou.

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A construção será financiada por doações privadas, que, segundo Trump, vêm de “patriotas generosos” e empresas americanas. O presidente também afirmou que a obra não terá custo para o contribuinte americano.

Embora a Ala Leste tenha sido construída em 1902 e tenha passado por várias reformas ao longo dos anos, a atual demolição gerou preocupações entre especialistas em preservação histórica. Robert K. Sutton, ex-historiador-chefe do Serviço Nacional de Parques, expressou sua preocupação com a falta de um processo de revisão rigoroso para a obra. “Esse edifício é de uma importância enorme. É considerado o mais importante prédio do poder executivo no mundo”, afirmou Sutton.

A Casa Branca já divulgou alguns detalhes sobre o projeto, incluindo desenhos que mostram sua escala e o novo interior, que contará com luxuosos lustres dourados e assentos para centenas de convidados. A empresa Clark Construction foi escolhida para liderar a obra, com o escritório McCrery Architects responsável pelo design.

As obras incluem a modernização e a reforma da Ala Leste, que abrigará temporariamente as escritórios da primeira-dama durante a construção. A Casa Branca afirmou que nada será demolido além das partes necessárias para a nova construção.

As reformas na Casa Branca não são novidade, já que outros presidentes, como Barack Obama e Richard Nixon, também implementaram mudanças significativas na residência. Entretanto, a magnitude da atual obra e a falta de transparência em seu financiamento têm gerado críticas e preocupações sobre a preservação do patrimônio histórico.

Com a expectativa de que o novo salão de baile esteja pronto antes do final do mandato de Trump, em janeiro de 2029, a demolição da Ala Leste marca um novo capítulo na história da Casa Branca, refletindo tanto a visão do atual presidente quanto os desafios que cercam a preservação de um dos edifícios mais emblemáticos do mundo.

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