Ministro do STF defende apuração sobre suposta organização criminosa e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito
21 de Outubro de 2025 às 13h42

Moraes vota pela reabertura de investigação contra Valdemar Costa Neto por crimes graves

Ministro do STF defende apuração sobre suposta organização criminosa e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manifestou nesta terça-feira (21) seu voto pela reabertura da investigação que apura a participação de Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), em crimes relacionados à organização criminosa e à tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Durante o julgamento do núcleo 4 da trama golpista, também conhecido como “núcleo da desinformação”, Moraes argumentou que existem indícios suficientes para que a Polícia Federal retome as apurações sobre o envolvimento de Costa Neto em ações que ameaçaram a democracia brasileira.

O ministro citou o artigo 18 do Código Penal, que permite a reabertura de inquéritos arquivados quando surgem novas evidências. Ele destacou que a possível condenação de Carlos César Moretzsohn Rocha, ex-presidente do Instituto Voto Legal (IVL), pode trazer novos elementos que indiquem a participação de Valdemar nas articulações golpistas.

Valdemar Costa Neto já havia sido indiciado pela Polícia Federal, mas não foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O procurador-geral, Paulo Gonet, optou por não incluir o presidente do PL na denúncia, o que gerou críticas e questionamentos sobre a decisão.

Moraes enfatizou que, se a Primeira Turma do STF confirmar a condenação de Rocha, será necessário enviar cópias da decisão e das provas do processo à Polícia Federal para auxiliar nas investigações contra Costa Neto.

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O PL, partido de Valdemar, foi multado em R$ 22,9 milhões por questionar sem provas a legitimidade das eleições de 2022. A multa foi imposta por Moraes e posteriormente referendada pelo plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O ministro criticou a postura do PL, afirmando que o partido “mente constantemente” sobre a situação e omite que sua decisão foi mantida pelos demais ministros do TSE. Moraes também acusou Rocha de ter produzido um relatório que levantou suspeitas infundadas sobre o sistema eleitoral, mesmo sabendo que não havia fraudes nas urnas.

A reabertura da investigação contra Valdemar Costa Neto dependerá da confirmação da condenação de Carlos Rocha. Moraes deixou claro que, caso isso ocorra, a análise dos crimes de organização criminosa e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito poderá ser retomada.

O núcleo de desinformação, do qual Rocha faz parte, é acusado de produzir e difundir informações falsas que visavam incitar ataques às instituições democráticas e manter a mobilização da militância golpista. Os réus desse núcleo incluem cinco militares, um agente da Polícia Federal e Rocha.

O desenrolar desse caso é crucial para a manutenção da integridade do sistema democrático no Brasil, especialmente em um momento em que a confiança nas instituições está sendo constantemente testada.

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