Furacão Melissa atinge Cuba após devastar Jamaica com ventos de 195 km/h
Após perder força, furacão de categoria 3 provoca evacuação de mais de 700 mil pessoas em Cuba.
O furacão Melissa atingiu o leste de Cuba na madrugada desta quarta-feira (29), após causar devastação na Jamaica. Classificado como um dos furacões mais fortes do Atlântico, Melissa chegou à província de Santiago de Cuba com ventos máximos sustentados de 195 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC).
Embora tenha sido rebaixado para a categoria 3, o furacão ainda representa uma ameaça significativa. As autoridades cubanas informaram que mais de 735 mil pessoas foram evacuadas, especialmente nas províncias de Santiago de Cuba, Holguín e Guantánamo, em preparação para a chegada da tempestade.
Na manhã de quarta-feira, Melissa apresentava ventos de 193 km/h e deslocava-se para o nordeste a 16 km/h. O centro do furacão estava localizado a 32 quilômetros a leste de Chivirico, em Cuba, e a cerca de 97 quilômetros de Guantánamo.
As previsões meteorológicas indicam que Melissa cruzará a ilha e seguirá em direção às Bahamas ainda nesta quarta-feira. Meteorologistas alertam que a chuva intensa pode provocar enchentes e deslizamentos de terra em várias áreas.
“É provável que ocorram inúmeros deslizamentos de terra nessas áreas”, afirmou Michael Brennan, diretor do NHC.
A tempestade deve gerar uma maré de tempestade de até 3,6 metros e precipitações que podem alcançar 51 centímetros em partes do leste de Cuba. O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, em um pronunciamento televisionado, garantiu que “ninguém será deixado para trás e nenhum recurso será poupado para proteger a vida da população”.
Ele também instou a população a não subestimar a força de Melissa, que foi descrito como “o furacão mais forte a atingir o território nacional”. Em Guantánamo, as aulas já haviam sido suspensas na segunda-feira, e as autoridades se preparavam para possíveis danos.
No entanto, a Jamaica foi a mais afetada até o momento. Melissa tocou o solo na ilha na terça-feira (28) como um furacão de categoria 5, com ventos de até 295 km/h, o que resultou em danos catastróficos. O primeiro-ministro jamaicano, Andrew Holness, declarou a ilha uma “zona de desastre” e alertou para a possibilidade de inundações e deslizamentos de terra.
O furacão já causou dez mortes: três na Jamaica, três no Haiti, três no Panamá e uma na República Dominicana. A Cruz Vermelha informou que a passagem de Melissa pela Jamaica teve um “impacto massivo”, afetando cerca de 1,5 milhão de pessoas.
Em Kingston, a capital jamaicana, os danos foram menores, mas ainda assim significativos. Moradores relataram a destruição de telhados e inundações em suas casas. As autoridades também alertaram para o risco de ataques de crocodilos, que podem se aproximar de áreas habitadas devido às inundações.
Com a intensificação das tempestades, cientistas afirmam que a mudança climática tem contribuído para a frequência e a força dos furacões, tornando eventos como Melissa cada vez mais comuns. O meteorologista Kerry Emanuel destacou que “a água mata muito mais gente do que o vento”.
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