Comissão terá 120 dias para investigar a estrutura e atuação de facções e milícias no país.
31 de Outubro de 2025 às 15h46

Senado instala CPI do Crime Organizado após operação letal no Rio de Janeiro

Comissão terá 120 dias para investigar a estrutura e atuação de facções e milícias no país.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), anunciou nesta quarta-feira (29) a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, marcada para a próxima terça-feira (4). A decisão foi tomada um dia após a megaoperação policial no Rio de Janeiro, considerada a mais letal da história do estado, resultando em mais de 130 mortes nos complexos do Alemão e da Penha.

Alcolumbre declarou que a criação da CPI é um esforço conjunto entre os Poderes para enfrentar a crescente ameaça do crime organizado no Brasil. “É hora de enfrentar esses grupos criminosos com a união de todas as instituições do Estado brasileiro, assegurando a proteção da população diante da violência que ameaça o país”, afirmou o presidente do Senado.

A CPI será composta por 11 senadores titulares e 7 suplentes, com um prazo de 120 dias para investigar a estrutura, a expansão e o funcionamento das facções criminosas e milícias. O foco será identificar as conexões entre o crime e agentes públicos, além de propor medidas legislativas que possam enfraquecer as redes de poder que sustentam essas organizações.

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), um dos autores do requerimento para a criação da CPI, destacou a importância de uma investigação técnica e apartidária. “Precisamos de uma apuração que vá além das disputas políticas, focando na realidade do crime organizado”, disse Vieira.

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A instalação da CPI ocorre em um contexto de intensos debates sobre segurança pública, especialmente após a operação que gerou críticas de entidades de direitos humanos e reações de autoridades políticas. A Defensoria Pública do Rio de Janeiro, por exemplo, manifestou preocupações sobre o uso excessivo da força policial durante a ação.

O colegiado terá a responsabilidade de investigar o modus operandi das organizações criminosas e as condições de instalação e desenvolvimento em cada região do país. A expectativa é que as sessões da CPI se tornem um espaço de embates entre governistas e opositores, especialmente considerando a composição majoritariamente oposicionista prevista para a comissão.

Além de Alessandro Vieira, outros senadores como Fabiano Contarato (PT-ES), que também é delegado aposentado, estão cotados para assumir posições de destaque na CPI. Contarato tem buscado um equilíbrio na composição da comissão, evitando que a politização prejudique os trabalhos.

Com a instalação da CPI, o Senado espera dar um passo significativo na luta contra o crime organizado, que tem se expandido em diversas regiões do Brasil, trazendo insegurança e violência para a população.

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