Levantamento do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas revela aumento alarmante na população em situação de rua, especialmente em São Paulo.
03 de Novembro de 2025 às 09h39

Brasil registra 358 mil pessoas em situação de rua; Sudeste concentra 60% do total

Levantamento do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas revela aumento alarmante na população em situação de rua, especialmente em São Paulo.

O Brasil contabiliza 358.553 pessoas em situação de rua, conforme levantamento realizado pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com População em Situação de Rua (OBPopRua), vinculado à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O estudo, que utiliza dados da plataforma Cadastro Único, revela que aproximadamente 60% dessa população está concentrada na região Sudeste do país.

No estado de São Paulo, o número de pessoas em situação de rua chega a 148.730, sendo que 99.477 delas vivem na capital paulista. Os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais ocupam a segunda e terceira posições, com 33.081 e 32.685 pessoas, respectivamente. Juntas, essas três unidades federativas representam cerca de 60% do total nacional.

As regiões Sul e Nordeste também apresentam números significativos, embora com uma diferença notável em relação ao Sudeste. Os dados indicam que o Paraná tem 17.091 pessoas, a Bahia 16.603, o Rio Grande do Sul 15.906, o Ceará 13.625, Santa Catarina 11.805 e Roraima 9.954.

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O crescimento da população em situação de rua é alarmante, especialmente em Roraima, onde a capital Boa Vista viu um aumento quase dez vezes maior desde 2018, quando havia apenas cerca de mil pessoas vivendo nas ruas. Esse crescimento é muito superior ao observado em outras localidades, como São Paulo, que passou de quase 39 mil para cerca de 100 mil pessoas nessa condição.

O Observatório destaca que a situação reflete o descumprimento da Constituição Federal de 1988, que garante direitos a essa população, majoritariamente composta por pessoas negras e historicamente vulnerabilizadas. “O descumprimento da Constituição Federal de 1988 com as pessoas em situação de rua continua no Brasil, com pouquíssimos avanços na garantia de direitos dessa população”, afirma o estudo.

Os pesquisadores também ressaltam a falta de transparência nos dados sobre a população em situação de rua, que deveriam ser públicos, abertos e acessíveis a toda a sociedade. Essa falta de informação dificulta a implementação de políticas públicas eficazes para atender às necessidades dessa parcela da população.

O levantamento do OBPopRua é um importante indicativo da urgência em se adotar medidas que garantam a dignidade e os direitos das pessoas em situação de rua, uma questão que requer atenção e ação imediata por parte das autoridades e da sociedade civil.

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