Promotoria de Paris classifica roubo no Louvre como ação de amadores
Quatro suspeitos foram indiciados e detidos; autoridades afirmam que não são criminosos especializados.
O roubo de joias históricas do Museu do Louvre, em Paris, ocorrido em 19 de outubro, foi realizado por criminosos comuns e não por membros do crime organizado, segundo a promotoria da cidade. As peças, avaliadas em 102 milhões de dólares (aproximadamente R$ 548 milhões), foram subtraídas em plena luz do dia, em uma ação rápida que durou menos de sete minutos.
De acordo com as investigações, dois homens estacionaram um veículo próximo ao museu, subiram uma escada até o segundo andar, quebraram uma janela e arrombaram vitrines com esmerilhadeiras. Após o crime, eles fugiram em scooters, deixando para trás evidências que indicam amadorismo.
Quatro suspeitos foram indiciados preliminarmente e detidos, incluindo três que supostamente participaram da invasão. Uma quarta pessoa, namorada de um dos assaltantes, também foi presa. Todos enfrentam acusações de furto em quadrilha e conspiração criminosa.
As autoridades afirmam que os perfis dos suspeitos não correspondem ao de criminosos especializados em roubo de artefatos, mas sim ao de amadores. A promotora Laure Beccuau, em entrevista à rádio Franceinfo, destacou que “não se trata exatamente de delinquência cotidiana, mas é um tipo de delinquência que geralmente não associamos aos escalões superiores do crime organizado”.
Beccuau ainda ressaltou que os envolvidos são claramente da região, vivendo em Seine-Saint-Denis, uma área de baixa renda ao norte de Paris. O ministro do Interior francês, Laurent Núnyez, acredita que um último suspeito, ainda foragido, seria o verdadeiro organizador do assalto.
A imprensa local especula que os ladrões eram inexperientes, já que deixaram cair a coroa da Imperatriz Eugênia, uma das joias mais valiosas, durante a fuga. Além disso, abandonaram ferramentas, uma luva e outros objetos na cena do crime, e falharam em incendiar o veículo utilizado para a fuga.
Uma semana após o ataque, a polícia prendeu dois homens suspeitos de terem participado da invasão. Um deles, um argelino de 34 anos que reside na França desde 2010, foi detido ao tentar embarcar para a Argélia. O outro, um homem de 39 anos, já estava sob supervisão judicial por furto qualificado.
Ambos moram em Aubervilliers, no norte de Paris, e “admitiram parcialmente” seu envolvimento no crime, conforme informou Beccuau na semana passada. Dois outros suspeitos, um homem de 37 anos e uma mulher de 38, foram presos em 29 de outubro e acusados no dia seguinte. Outras três pessoas detidas na mesma ocasião foram liberadas sem acusações.
Beccuau afirmou que o homem de 37 anos é um dos quatro envolvidos no assalto, com base em vestígios de DNA encontrados no caminhão utilizado na fuga. Ele possui um histórico criminal com 11 condenações por diversos delitos, incluindo infrações de trânsito e furto qualificado. A promotora acrescentou que ele mantinha um relacionamento com a mulher de 38 anos, com quem tem filhos.
Vestígios de DNA da mulher também foram encontrados no caminhão, mas Beccuau indicou que esses traços parecem ter sido transferidos involuntariamente, possivelmente por meio de uma pessoa ou objeto.
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