Comissão terá 120 dias para investigar facções e milícias; embate entre governo e oposição se intensifica.
03 de Novembro de 2025 às 12h49

CPI do Crime Organizado será instalada nesta terça-feira em meio a tensões políticas

Comissão terá 120 dias para investigar facções e milícias; embate entre governo e oposição se intensifica.

BRASÍLIA - A instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado está marcada para esta terça-feira (4), no Senado. O evento promete ser um novo campo de batalha entre o governo e a oposição, que disputam o controle dos principais cargos na comissão e a narrativa sobre segurança pública no Brasil.

Composta por 11 senadores titulares e 7 suplentes, a CPI terá um prazo de 120 dias para investigar a estrutura, a expansão e o funcionamento de facções e milícias no país. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), enfatizou a importância da comissão, afirmando que “é hora de enfrentar esses grupos criminosos com a união de todas as instituições do Estado brasileiro, assegurando a proteção da população diante da violência que ameaça o país”.

A CPI foi proposta pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que destacou que o avanço do crime organizado é resultado do “abandono do poder público”. Segundo ele, “essa tragédia tem solução. Não é pauta eleitoreira, é urgência nacional”.

Na primeira reunião, a comissão deverá eleger seu presidente, vice e relator, além de aprovar um cronograma de trabalho. Entre os depoentes esperados estão delegados, auditores, governadores e prefeitos, além do ministro da Justiça e do diretor-geral da Polícia Federal.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

A instalação da CPI ocorre logo após uma megaoperação policial nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que resultou em mais de 100 prisões e 119 mortes, conforme dados do governo fluminense. Essa operação, voltada ao combate a grupos armados, intensificou o debate sobre a eficácia das políticas de segurança pública no país.

A comissão pretende abordar o crime organizado como uma questão de segurança nacional, com foco em identificar as condições que permitem a instalação e o desenvolvimento dessas organizações em diferentes regiões do Brasil.

Além disso, a CPI buscará entender o modus operandi das facções e milícias, visando propor soluções adequadas para seu combate, especialmente por meio do aperfeiçoamento da legislação vigente.

O cenário político em torno da CPI é tenso, com o governo buscando garantir a liderança da comissão, enquanto a oposição se articula para assegurar que suas vozes sejam ouvidas e suas preocupações, registradas.

O desfecho dessa disputa pode influenciar não apenas as investigações da CPI, mas também o clima político no Brasil, em um momento em que a segurança pública é uma das principais preocupações da população.

Veja também:

Tópicos: