Deputado Zucco critica omissão do governo federal em operação que resultou em 121 mortes no Rio de Janeiro
04 de Novembro de 2025 às 17h12

Comissão da Câmara convoca Lewandowski para explicar ausência em operação no Rio

Deputado Zucco critica omissão do governo federal em operação que resultou em 121 mortes no Rio de Janeiro

A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (4), a convocação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. O pedido, apresentado pelo deputado Luciano Zucco (PL-RS), visa esclarecer a ausência do governo federal durante a megaoperação contra o Comando Vermelho, que resultou na morte de 121 pessoas, incluindo policiais.

Durante a operação, que ocorreu na semana passada, a polícia mobilizou agentes nas comunidades do Alemão e Penha, na zona norte do Rio de Janeiro. Vídeos que circularam nas redes sociais mostraram moradores em fuga durante a ação policial, intensificando as críticas à gestão da segurança pública no estado.

Zucco, que é líder da oposição na Câmara, descreveu a operação como uma “guerra” e afirmou que o governo federal se omitiu ao não apoiar as forças locais. “O ministro Lewandowski precisa explicar por que a Polícia Federal ficou de fora e por que o governo Lula recusou, por três vezes, o pedido do governador Cláudio Castro para o uso das Forças Armadas”, declarou o deputado.

A convocação de Lewandowski é considerada um instrumento parlamentar que obriga a presença do ministro na Câmara. O não comparecimento pode resultar em consequências legais, como o cometimento de crime de responsabilidade. O deputado também questionou a decisão do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que admitiu saber da operação, mas decidiu não participar, alegando que não havia necessidade.

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O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, também criticou a postura do governo federal, afirmando que a segurança pública não deve ser usada como instrumento de disputa política. Ele ressaltou que a omissão do governo federal diante do apelo por apoio expõe um desprezo pela vida de policiais e civis.

Além da convocação, Zucco reafirmou que a oposição continuará mobilizada para aprovar um projeto que equipara facções criminosas a organizações terroristas, buscando endurecer o combate ao crime organizado no país. Ele enfatizou que a segurança pública deve ser uma prioridade e não pode ser negligenciada em momentos de crise.

A operação no Rio de Janeiro gerou um intenso debate sobre a eficácia das políticas de segurança pública e a necessidade de uma atuação mais integrada entre as esferas federal e estadual. A ausência da Polícia Federal na operação levanta dúvidas sobre as razões dessa decisão e se houve motivações políticas que influenciaram o apoio federal às forças de segurança locais.

O episódio também trouxe à tona críticas à proposta de emenda constitucional (PEC) da Segurança Pública, que, segundo Zucco, pode representar um retrocesso institucional e ferir a autonomia dos estados. Ele argumentou que a proposta visa concentrar poder no Planalto e transformar as forças federais em instrumentos de controle.

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