Comissão aprova plano de trabalho do relator Alessandro Vieira e convites para autoridades em segurança pública
04 de Novembro de 2025 às 18h22

CPI do Crime Organizado convoca ministros e 11 governadores para depoimentos

Comissão aprova plano de trabalho do relator Alessandro Vieira e convites para autoridades em segurança pública

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, instalada no Senado, deu início aos seus trabalhos nesta terça-feira (4) com a aprovação de convites para ouvir ministros de Estado e 11 governadores. O relator da comissão, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), apresentou um plano de trabalho abrangente e requereu informações sobre o combate ao crime organizado no Brasil.

O senador Vieira, que foi o autor do requerimento para a criação da CPI, foi escolhido para relatar os trabalhos do colegiado, que terá um prazo de 120 dias para investigar as atividades de organizações criminosas e as políticas de combate ao crime. A comissão, presidida pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES), também elegeu Hamilton Mourão (Republicanos-RS) como vice-presidente.

Entre os ministros convocados estão Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública, e José Múcio, da Defesa. Além deles, a CPI também aprovou convites para ouvir o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Luiz Fernando Corrêa. A inclusão de autoridades de diferentes esferas do governo visa garantir uma abordagem abrangente sobre a questão da segurança pública.

No plano de trabalho, Vieira delineou nove eixos de atuação, que incluem a investigação de fontes de lavagem de dinheiro utilizadas por facções e milícias, além da análise de iniciativas bem-sucedidas no combate ao crime. O relator enfatizou a importância da integração das forças de segurança da União e dos Estados para enfrentar a criminalidade de forma eficaz.

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A instalação da CPI ocorre em um momento crítico, logo após uma megaoperação das forças de segurança no Rio de Janeiro, que resultou na morte de 121 pessoas e intensificou o debate sobre a atuação do governo federal e dos Estados na segurança pública. O episódio gerou uma demanda por maior participação orçamentária da União na área, sem comprometer a autonomia dos Estados.

Os governadores convocados incluem representantes de estados com altos índices de criminalidade, como Rio de Janeiro e Bahia, e aqueles com experiências mais bem-sucedidas no combate ao crime, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A lista de convidados reflete a intenção da CPI de reunir diferentes perspectivas sobre a segurança pública no Brasil.

Os governadores e secretários de Segurança Pública convidados são:

  • Clécio Luís, governador do Amapá;
  • César Vieira, secretário de Justiça e Segurança Pública do Amapá;
  • Jerônimo Rodrigues, governador da Bahia;
  • Marcelo Werner Derschum Filho, secretário de Segurança Pública da Bahia;
  • Raquel Lyra, governadora de Pernambuco;
  • Alessandro Carvalho Liberato de Mattos, secretário de Defesa Social de Pernambuco;
  • Elmano de Freitas, governador do Ceará;
  • Antonio Roberto Cesário de Sá, secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará;
  • Paulo Dantas, governador de Alagoas;
  • Flávio Saraiva, secretário de Segurança Pública de Alagoas;
  • Jorginho Melo, governador de Santa Catarina;
  • Flávio Rogério Pereira Graff, secretário de Segurança de Santa Catarina;
  • Ratinho Júnior, governador do Paraná;
  • Hudson Leôncio Teixeira, secretário de Segurança Pública do Paraná;
  • Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul;
  • Mario Ikeda, secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul;
  • Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal;
  • Sandro Torres Avelar, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
  • Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro;
  • Victor Cesar Carvalho dos Santos, secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro;
  • Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo;
  • Guilherme Muraro Derrite, secretário de Segurança Pública de São Paulo.

A CPI também planeja ouvir especialistas em segurança pública e jornalistas investigativos, buscando uma visão mais ampla sobre o fenômeno do crime organizado. Entre os especialistas convidados estão o promotor Lincoln Gakiya e Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O relator, Alessandro Vieira, destacou a importância de um trabalho colaborativo entre diferentes esferas de governo e especialistas para enfrentar os desafios impostos pelo crime organizado no Brasil.

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