Governadores de direita lançam 'Consórcio da Paz' após operação letal no Rio
Iniciativa visa integrar estados no combate ao crime organizado após tragédia com 121 mortos.
Na tarde desta quinta-feira (30), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), reuniu-se no Palácio Guanabara com governadores de seis estados para anunciar a criação do "Consórcio da Paz", uma iniciativa que busca unir esforços no combate à violência e ao crime organizado.
O encontro ocorre em um contexto delicado, dois dias após uma operação policial que resultou na morte de 121 pessoas, conforme o governo do estado, e 132, segundo a Defensoria Pública. A ação foi realizada contra integrantes do Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão.
Durante a coletiva de imprensa após a reunião, Castro destacou a importância do consórcio, afirmando que a sede deve ser no Rio de Janeiro. “Faremos um consórcio no modelo de outros que já existem para que possamos dividir experiências e soluções do combate ao crime organizado e da libertação do nosso povo. Vamos discutir estratégias”, declarou o governador.
Além de Castro, participaram do encontro os governadores Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina; Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; Eduardo Riedel (Progressistas), do Mato Grosso do Sul; e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, que participou de forma virtual. A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), também esteve presente.
Os governadores aproveitaram a oportunidade para elogiar a operação contra o Comando Vermelho, mas também expressaram críticas ao governo federal, que, segundo eles, não tem dado o suporte necessário para enfrentar a crise de segurança pública.
Jorginho Mello propôs que o consórcio facilite a compra coletiva de equipamentos de segurança, o que poderia reduzir custos. “Um consórcio que faça compra de equipamentos de forma consorciada, que nós jogamos os preços para baixo. Equipamentos de toda a espécie, para que a gente possa enfrentar, definitivamente, essa onda de violência no Brasil”, afirmou Mello.
Ronaldo Caiado, governador de Goiás, enfatizou a necessidade de integração entre as forças de segurança dos estados, destacando que o consórcio deve permitir uma resposta mais rápida e eficaz às emergências. “A tese do grupo é integrar todas as forças com base na inteligência e ações operacionais”, disse Caiado.
A criação do "Consórcio da Paz" é vista como uma tentativa de resposta à crescente violência que assola diversas regiões do Brasil. Os governadores pretendem convidar outros estados a se juntarem à iniciativa, que visa não apenas o compartilhamento de recursos, mas também a troca de informações e estratégias de combate ao crime.
O governo do Rio de Janeiro ficará responsável por formalizar a proposta e organizar o consórcio. Castro ressaltou que a iniciativa não é apenas para o Rio, mas para todo o Brasil, buscando uma solução coletiva para um problema que afeta a todos os estados.
O cenário de segurança pública no Brasil continua a ser um tema de grande preocupação, especialmente após eventos tão trágicos. A expectativa é que o consórcio possa trazer novas esperanças e soluções para a população.
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