Ofício foi enviado à Ouvidoria-Geral da Polícia Militar após revelações sobre falhas nas gravações
01 de Novembro de 2025 às 11h17

Defensoria do Rio solicita acesso a imagens de câmeras da PM após operação letal

Ofício foi enviado à Ouvidoria-Geral da Polícia Militar após revelações sobre falhas nas gravações

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro protocolou um ofício junto à Ouvidoria-Geral da Polícia Militar, requerendo o acesso às gravações feitas pelas câmeras corporais dos policiais envolvidos na megoperaçã nos Complexos da Penha e do Alemão, ocorrida na última terça-feira, 28. Esta operação é considerada a mais letal da história do estado, resultando em 121 mortes.

O pedido foi formulado pelo Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh), que também exige esclarecimentos sobre a utilização das baterias extras dos equipamentos, conforme estipulado em contrato com a corporação.

A solicitação da Defensoria se deu após o coronel Marcelo Menezes, secretário da PM, afirmar em uma coletiva de imprensa que parte das gravações pode ter sido comprometida. Ele informou que as câmeras deixaram de registrar imagens quando suas baterias se esgotaram durante a operação, que começou nas primeiras horas da madrugada e se prolongou por mais de 12 horas.

Além disso, a Defensoria busca esclarecimentos sobre a disponibilidade e o uso das baterias sobressalentes, em conformidade com as normas internas da Secretaria de Estado da Polícia Militar (SEPM). A Ouvidoria é a entidade responsável por assegurar o acesso aos registros gerados pelos policiais durante as operações.

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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) também determinou a análise das imagens captadas durante a ação. O procurador-geral de Justiça, Antônio José Campos Moreira, destacou que o conteúdo das gravações é crucial para esclarecer as circunstâncias das mortes e avaliar a conduta das forças policiais.

A megoperaçã nos Complexos da Penha e do Alemão gerou grande repercussão e levantou questionamentos sobre a atuação da polícia em operações de grande escala. O uso de câmeras corporais tem sido uma medida adotada para aumentar a transparência e a responsabilidade nas ações policiais.

As câmeras corporais foram introduzidas com o objetivo de registrar as interações entre policiais e cidadãos, proporcionando uma ferramenta de monitoramento e controle. No entanto, a eficácia deste equipamento depende do seu correto funcionamento, incluindo a utilização adequada das baterias.

O incidente recente acendeu um alerta sobre a necessidade de revisão dos protocolos de uso de tecnologia nas operações policiais, especialmente em situações de alto risco, onde a documentação das ações é fundamental para a prestação de contas e a proteção dos direitos humanos.

As autoridades devem agora aguardar a resposta da Ouvidoria-Geral da Polícia Militar em relação ao pedido da Defensoria Pública, que busca garantir a transparência e a responsabilização em um momento crítico para a segurança pública no Rio de Janeiro.

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