Ministros de defesa dos dois países anunciam medidas para prevenir entrada de criminosos após operação que deixou 121 mortos.
31 de Outubro de 2025 às 08h31

Paraguai e Argentina reforçam fronteiras após operação letal no Rio de Janeiro

Ministros de defesa dos dois países anunciam medidas para prevenir entrada de criminosos após operação que deixou 121 mortos.

O Paraguai e a Argentina anunciaram o reforço de suas fronteiras com o Brasil, em uma ação conjunta para evitar a entrada de membros da facção criminosa Comando Vermelho, após uma operação policial nos Complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, que resultou na morte de 121 pessoas, segundo informações oficiais divulgadas nesta quinta-feira, 30.

O ministro da Defesa paraguaio, Cíbar Benítez, confirmou em coletiva de imprensa que as medidas de segurança são uma resposta à operação realizada na última terça-feira, 28, que se tornou a mais letal da história do Brasil. O ministro destacou que a ação é parte de um esforço conjunto com o governo argentino, que já havia anunciado medidas semelhantes um dia antes.

“Estamos em alerta e prontos para proteger nossas fronteiras. A operação é uma resposta ao aumento da violência e ao tráfico de drogas que afeta toda a região”, afirmou Benítez. O presidente paraguaio, Santiago Peña, deve assinar um decreto nas próximas horas que classifica o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC) como grupos terroristas, uma medida que visa endurecer o combate ao crime organizado.

O ministro do Interior, Enrique Riera, acrescentou que a extensa fronteira entre o Paraguai e o Brasil será monitorada em conjunto pelo Exército e pela polícia, com o objetivo de impedir a fuga de criminosos para o território paraguaio. “Estamos implementando um sistema de vigilância rigoroso em toda a nossa fronteira”, disse Riera.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

Além disso, o governo paraguaio intensificou a segurança nas prisões onde estão detidos membros do Comando Vermelho e do PCC, buscando evitar qualquer tipo de fuga ou rebelião que possa ocorrer em decorrência da operação no Brasil.

Na Argentina, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, também se manifestou sobre a situação, afirmando que o país está preparado para qualquer eventualidade. “Estamos reforçando a segurança para proteger os argentinos e evitar que criminosos possam escapar para o nosso território”, declarou Bullrich em suas redes sociais.

As ações dos dois países refletem a preocupação com a escalada da violência no Brasil, que tem impactado diretamente a segurança regional. A operação no Rio de Janeiro, que resultou em um número elevado de mortos e feridos, gerou críticas e protestos de organizações de direitos humanos, que denunciam o uso excessivo da força pelas autoridades.

O governo do Rio de Janeiro, por sua vez, defendeu a operação como uma medida necessária para combater o crime organizado. O governador Cláudio Castro afirmou que a ação foi um sucesso e que as forças de segurança estão comprometidas em restaurar a ordem na região.

Com a intensificação das operações de segurança nas fronteiras, tanto o Paraguai quanto a Argentina buscam fortalecer a cooperação entre os países da região para enfrentar os desafios impostos pelo crime organizado e garantir a segurança de seus cidadãos.

Veja também:

Tópicos: