O Supremo Tribunal Federal analisa ações que questionam a remoção de conteúdos e o bloqueio de aplicativos sem ordem judicial.
27 de Novembro de 2024 às 09h37

STF inicia julgamento sobre a responsabilidade das redes sociais no Brasil

O Supremo Tribunal Federal analisa ações que questionam a remoção de conteúdos e o bloqueio de aplicativos sem ordem judicial.

O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início, nesta quarta-feira (27), ao julgamento de três ações que abordam a responsabilidade dos provedores de internet na remoção de conteúdos considerados desinformativos e na disseminação de discursos de ódio, tudo isso sem uma ordem judicial prévia.

A Corte analisará ações que estão sob a relatoria dos ministros Luiz Fux, Edson Fachin e Dias Toffoli. Esses processos foram liberados para avaliação em agosto deste ano e são de grande relevância para o futuro da regulação das redes sociais no país.

Uma das ações, sob a relatoria de Dias Toffoli, questiona a constitucionalidade de uma disposição do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014), que exige que haja uma ordem judicial antes que provedores possam ser responsabilizados por conteúdos ilícitos. Essa questão é central para entender os limites da atuação das plataformas digitais.

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No processo que será analisado pelo ministro Fux, o STF irá discutir se as empresas que hospedam sites na internet têm a obrigação de monitorar e remover conteúdos ofensivos sem a necessidade de uma intervenção da Justiça. Essa questão toca em um ponto sensível sobre a autonomia das plataformas e a proteção da liberdade de expressão.

Já a ação relatada por Edson Fachin irá avaliar a legalidade do bloqueio do aplicativo de mensagens WhatsApp, que tem sido alvo de decisões judiciais em diversos casos. O bloqueio de aplicativos sem uma justificativa robusta levanta o debate sobre a proteção dos direitos dos usuários e a liberdade de comunicação.

No ano passado, o STF promoveu uma audiência pública para discutir as diretrizes do Marco Civil da Internet. O objetivo foi ouvir especialistas, representantes do setor público e da sociedade civil, buscando informações técnicas, econômicas e jurídicas que possam embasar as decisões da Corte.

As discussões em torno dessas ações têm grande potencial para moldar a forma como as redes sociais operam no Brasil, especialmente em um contexto em que a desinformação e os discursos de ódio se tornaram preocupações centrais nas esferas pública e privada.

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