Bolsonaro afirma que corre risco de prisão e considera exílio em embaixada
Ex-presidente diz ser alvo de perseguição e critica operações da Polícia Federal em entrevista.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou em entrevista recente que corre o risco de ser preso por uma suposta "arbitrariedade" do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele se posicionou sobre o tema em um bate-papo com o portal UOL, onde também comentou sobre a possibilidade de se exilar em uma embaixada, caso sua prisão seja decretada.
Bolsonaro, que já foi alvo de três operações de busca e apreensão que ele descreveu como "absurdas", afirmou que não pode se sentir seguro em sua própria casa. "Vivemos num mundo das arbitrariedades. Agora eu não posso ir dormir preocupado de que a PF vai estar na minha casa amanhã cedo. Corro risco, sem dever nada", disse.
O ex-presidente é investigado pela Polícia Federal por sua suposta participação em um plano de golpe de Estado, que teria se intensificado após sua derrota nas eleições de 2022. Ele se disse "vítima de perseguição" e defendeu a ideia de que, se estivesse realmente em situação de culpa, teria permanecido nos Estados Unidos, onde passou um período após deixar a presidência.
"Embaixada, pelo que vejo na história do mundo, quem se vê perseguido pode ir para lá. Se eu devesse alguma coisa, estaria nos Estados Unidos, não teria voltado", afirmou Bolsonaro, referindo-se ao seu retorno ao Brasil em março de 2023, após 89 dias fora do país.
As declarações de Bolsonaro surgem em um momento em que ele e mais 36 pessoas estão indiciados por suspeitas de elaborarem um plano para reverter o resultado das eleições. Entre os envolvidos estão ex-ministros e militares de alta patente, que, segundo as investigações, teriam atuado em conjunto para tentar desestabilizar o governo eleito.
Além disso, Bolsonaro criticou a associação que foi feita entre ele e explosões ocorridas nas proximidades do STF e da Câmara dos Deputados, afirmando que não tem relação com esses atos. Ele enfatizou que "caiu na minha conta" e repudiou as ligações feitas pela mídia.
A situação do ex-presidente é complexa, pois o decreto de prisão preventiva pode ser solicitado pela Justiça em casos considerados inafiançáveis, como o que ele enfrenta. A investigação da Polícia Federal concluiu que Bolsonaro teve um papel ativo na articulação de um movimento que visava a ruptura da ordem democrática no Brasil.
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