Semana de Moda de Londres proíbe uso de couros e peles de animais exóticos
A decisão, anunciada pelo British Fashion Council, marca um avanço significativo nas práticas da moda sustentável.
A Semana de Moda de Londres anunciou, nesta sexta-feira (29), a proibição do uso de couros e peles de animais exóticos em seus desfiles. A medida foi revelada por um dos líderes do British Fashion Council (BFC), responsável pela organização do evento, que se destaca como a primeira grande capital da moda a implementar tal restrição.
Segundo David Leigh-Pemberton, chefe de política e engajamento do BFC, a decisão reflete uma tendência crescente no setor da moda em resposta às preocupações ambientais e sociais. “Deixaremos de apresentar marcas que utilizem peles verdadeiras ou exóticas em suas coleções e pedimos aos estilistas que respeitem essas condições caso queiram participar da London Fashion Week”, afirmou em uma publicação na rede social LinkedIn.
Essa proibição não é uma novidade absoluta, uma vez que o uso de peles tradicionais já havia sido banido na temporada anterior, em 2023. No entanto, a nova regra amplia a restrição para incluir materiais como couro de crocodilo, cobra e lagarto, que também têm sido alvo de críticas de ativistas dos direitos dos animais.
A PETA, organização de defesa dos direitos dos animais, comemorou a decisão, considerando-a “um enorme passo à frente” e convocou cidades como Paris e Milão a seguirem o exemplo londrino. A presença de peles verdadeiras já estava ausente dos desfiles de Londres desde 2018, mas agora a medida se torna ainda mais abrangente.
Durante a última edição da Semana de Moda de Paris, realizada em setembro, o desfile da marca Hermès foi interrompido por ativistas da PETA, que levantaram cartazes contra o uso de couros exóticos, evidenciando a pressão crescente sobre o setor para adotar práticas mais éticas.
Além da proibição das peles, o BFC também está reavaliando sua abordagem em relação ao uso de penas, conforme mencionado por Leigh-Pemberton. “Esse trabalho faz parte de uma resposta mais ampla do setor da moda às preocupações ambientais e sociais”, destacou.
Com essas mudanças, Londres reafirma seu compromisso com a moda sustentável e abre caminho para um futuro em que a ética e a responsabilidade social são prioritárias nas passarelas do mundo.
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