Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central, destaca a importância do câmbio flutuante e descarta mudanças na política monetária.
02 de Dezembro de 2024 às 19h45

Banco Central reafirma política cambial e não interferirá na cotação do dólar

Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central, destaca a importância do câmbio flutuante e descarta mudanças na política monetária.

Gabriel Galípolo, que assumirá a presidência do Banco Central em janeiro de 2025, reafirmou que a autarquia não intervirá no câmbio de forma a controlar a cotação do dólar, enfatizando a importância do sistema de câmbio flutuante como um pilar fundamental da economia brasileira. Durante um evento promovido pela XP na última segunda-feira, 2, Galípolo comentou que a atuação do BC no mercado cambial ocorre apenas em situações de desfuncionalidade.

“O câmbio flutuante é essencial para a nossa matriz econômica e permite que enfrentemos momentos desafiadores, como o que estamos vivendo atualmente”, afirmou ele, referindo-se à recente valorização do dólar, que chegou a R$ 6,06. Galípolo destacou que a discussão sobre a possibilidade de o Banco Central utilizar suas reservas, estimadas em US$ 370 bilhões, para controlar a moeda é mal compreendida. “Quem está no mercado sabe que não é assim que funciona”, acrescentou.

O futuro presidente também abordou a expectativa em torno da taxa Selic, que recentemente foi elevada de 10,75% para 11,25% ao ano. Ele indicou que a taxa pode permanecer alta por um período prolongado, em resposta à atual situação econômica, que inclui um desemprego em níveis historicamente baixos e uma desvalorização do real. Além disso, Galípolo alertou que as políticas fiscais recentes podem ter impulsionado tanto o consumo quanto a inflação.

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Em suas declarações, Galípolo ressaltou a prioridade do Banco Central em ancorar as expectativas inflacionárias, que atualmente superam a meta oficial de 3% para 2025. “Temos as ferramentas necessárias para alcançar essa meta, e a possibilidade de revisá-la não está em pauta”, garantiu. Ele também comentou sobre a volatilidade do mercado em resposta ao pacote de cortes de gastos do governo, enfatizando a importância de uma comunicação clara por parte do Ministério da Fazenda.

Galípolo expressou a necessidade de uma transição tranquila no comando do Banco Central, buscando manter a continuidade das políticas implementadas por seu antecessor, Roberto Campos Neto. Em relação à nova diretoria, que incluirá Nilton David, o futuro presidente afirmou que não haverá mudanças significativas na abordagem da instituição.

“Não vejo motivos para alterar a política cambial com a entrada de Nilton”, concluiu Galípolo, reafirmando seu compromisso com a estabilidade institucional e as diretrizes já estabelecidas pelo Banco Central.

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