Nicolás Maduro expressa solidariedade a Lula, ironizando a situação política no Brasil após suas próprias ações golpistas.
03 de Dezembro de 2024 às 13h33

Maduro, que aplicou golpe na eleição na Venezuela, critica tentativa de golpe no Brasil

Nicolás Maduro expressa solidariedade a Lula, ironizando a situação política no Brasil após suas próprias ações golpistas.

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, conhecido por sua postura autoritária e por ter aplicado um golpe nas eleições de seu país, manifestou nesta segunda-feira (2) sua “solidariedade” ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A declaração de Maduro ocorre em meio às investigações da Polícia Federal sobre uma tentativa de golpe que teria como alvo a posse de Lula em 2022.

Maduro afirmou: “Toda solidariedade ao presidente Lula até que sejam descobertos esses planos violentos e macabros contra ele”, referindo-se ao relatório da Polícia Federal que aponta o ex-presidente Jair Bolsonaro como envolvido na trama. A ironia das palavras de Maduro não passa despercebida, considerando seu histórico de repressão e manipulação eleitoral.

O ditador venezuelano pediu ainda ao povo brasileiro que “cuide do seu presidente, que é um grande homem”. Essa declaração contrasta com a realidade política da Venezuela, onde Maduro tem sido criticado por sua reeleição controversa em julho, cercada de denúncias de fraudes e repressão à oposição.

Segundo o relatório da Polícia Federal, Bolsonaro teria “pleno conhecimento” de um plano para assassinar Lula, que venceu as eleições de outubro de 2022. O documento foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que agora decidirá sobre possíveis indiciamentos.

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“Entendo perfeitamente essas notícias que chegam do Brasil, porque aqui somos vítimas do mesmo”, acrescentou Maduro, fazendo uma referência à sua própria situação política, onde críticos são frequentemente silenciados e perseguidos.

As relações entre Brasil e Venezuela têm sido tensas, especialmente após o veto do Brasil à entrada da Venezuela nos Brics durante a cúpula do bloco em Kazan, na Rússia, em outubro. No entanto, em uma recente entrevista, Lula descreveu Maduro como um “problema” da Venezuela e não do Brasil, uma afirmação que foi recebida com agrado por Maduro, que se disse “de acordo” com o colega brasileiro.

Essas interações revelam não apenas a complexidade das relações diplomáticas entre os dois países, mas também a hipocrisia que permeia as declarações de líderes que, em suas respectivas nações, enfrentam sérias acusações de autoritarismo e manipulação política.

A situação política na Venezuela, marcada por crises humanitárias e econômicas, contrasta fortemente com a narrativa de Maduro ao se posicionar como defensor da democracia em outros países, enquanto sua própria administração é caracterizada por práticas opressivas.

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