O senador afirmou que Jair Bolsonaro pode recorrer a tribunais internacionais se for denunciado por tentativa de golpe de Estado.
03 de Dezembro de 2024 às 15h23

Flávio Bolsonaro sugere corte internacional como alternativa para pai indiciado

O senador afirmou que Jair Bolsonaro pode recorrer a tribunais internacionais se for denunciado por tentativa de golpe de Estado.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) declarou que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, poderá recorrer a cortes internacionais, como o Tribunal de Direitos Humanos da ONU, caso seja indiciado por tentativa de golpe de Estado. A afirmação foi feita em entrevista à CNN nesta segunda-feira (2), onde Flávio descreveu essa possibilidade como um “caminho razoável”.

Em suas declarações, Flávio ressaltou que a defesa de Jair Bolsonaro deve considerar essa alternativa diante da situação legal em que se encontra o ex-presidente. “Não posso falar pela defesa dele, mas acho que independente do que a PGR (Procuradoria Geral da República) vai fazer, terá que ir por essa linha. É um caminho razoável”, afirmou.

O senador também criticou o sistema judiciário brasileiro, alegando que seu pai é alvo de uma perseguição sistemática. “Existem diversos precedentes de pessoas que até revertem sua situação jurídica no país quando se constata a ilegalidade. Em nenhuma democracia séria do mundo isso seria tolerado”, disse Flávio, referindo-se ao contexto das investigações que envolvem Jair Bolsonaro.

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente e outros 36 indivíduos, incluindo ex-ministros, por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado e à formação de uma organização criminosa. O relatório final do inquérito, que aponta que Bolsonaro “planejou, atuou e teve domínio de forma direta e efetiva” no suposto plano, foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para análise.

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Flávio Bolsonaro, em sua entrevista, também abordou o tema da anistia, defendendo que todos os envolvidos na tentativa de golpe, incluindo seu pai e o ministro Alexandre de Moraes, do STF, deveriam receber um perdão “amplo, geral e irrestrito”. Ele alegou que a proposta de anistia deve incluir não apenas Jair Bolsonaro, mas todos os que foram acusados de envolvimento nos eventos de 8 de janeiro.

“O PL da Anistia não tem que incluir só o presidente Bolsonaro, tem que incluir o Alexandre de Moraes, os policiais federais que estão sendo usados pelo ministro. Se o policial civil no estado do Rio de Janeiro faz o que um policial federal faz, o que ele faz nesse inquérito, ele está na Corregedoria, vai ser expulso da corporação”, comentou o senador.

Flávio também se referiu ao inquérito que indiciou seu pai como uma “grande feijoada”, insinuando que o processo judicial é uma manobra política. Ele acredita que existe uma estratégia de “vingança” contra Jair Bolsonaro. “É jogo de cartas marcadas. Você pode botar o Rui Barbosa para defender o presidente Bolsonaro, que a declaração dos próprios ministros do STF, antecipando seus votos, é muito clara sobre para onde vai esse cenário”, afirmou.

Com a expectativa de que o STF decida sobre o recebimento das denúncias, o desenrolar do caso pode ocorrer ao longo de 2025, coincidindo com o período eleitoral de 2026. A preocupação entre os magistrados é que o caso não contamine a próxima disputa presidencial.

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