Flávio Bolsonaro defende que proposta garante acesso público às praias, mas oposição critica riscos de privatização
04 de Dezembro de 2024 às 11h27

CCJ do Senado adia votação da PEC das Praias e gera polêmica sobre privatização

Flávio Bolsonaro defende que proposta garante acesso público às praias, mas oposição critica riscos de privatização

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado adiou a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) das Praias, que visa transferir a gestão dos terrenos de marinha a estados, municípios e particulares. O adiamento ocorreu nesta quarta-feira, 4, em razão de um pedido de vista feito por membros da base governista, que se opõem à proposta.

A PEC, que já passou pela Câmara dos Deputados, gerou um intenso debate no Senado, especialmente após o relator, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), apresentar um novo parecer que busca esclarecer os objetivos da emenda. Segundo Bolsonaro, a proposta não visa à privatização das praias, mas sim à regularização de terrenos que pertencem à União, garantindo, ao mesmo tempo, o acesso público a esses espaços.

“As praias são bens públicos de uso comum do povo, sendo assegurado, sempre, livre e franco acesso a elas e ao mar”, declarou o senador, enfatizando que a proposta inclui uma emenda que proíbe qualquer forma de utilização do solo que impeça o acesso da população às praias. No entanto, a oposição questiona a eficácia dessas garantias, argumentando que a mudança pode facilitar a privatização do acesso às áreas litorâneas.

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Durante uma audiência pública, a secretária adjunta de Patrimônio da União, Carolina Gabas Stuchi, expressou preocupações sobre a PEC, afirmando que a proposta pode resultar em “privatização e cercamento das praias”, além de implicar na perda de receita e afetar o equilíbrio econômico da União. Stuchi destacou os potenciais impactos negativos no turismo e nas comunidades tradicionais que dependem desses espaços.

O debate sobre a PEC das Praias se intensificou nas últimas semanas, especialmente após a repercussão negativa gerada por um episódio envolvendo a atriz Luana Piovani e o jogador Neymar, que anunciou uma parceria com uma construtora para projetos à beira-mar. Isso trouxe à tona a discussão pública sobre o futuro das áreas costeiras e o acesso da população a elas.

Os terrenos de marinha, que abrangem uma faixa de 33 metros ao longo da costa e das margens de rios e lagos, são atualmente considerados propriedade da União. A proposta de emenda à Constituição visa facilitar a transferência desses terrenos a estados, municípios e particulares, o que gerou críticas de especialistas que alertam para os riscos de insegurança jurídica e a possibilidade de grilagem de terras.

Com a votação adiada, o futuro da PEC das Praias permanece incerto, enquanto as discussões sobre a proteção e o acesso às áreas litorâneas continuam a polarizar opiniões entre os senadores e a sociedade.

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