Com a urgência aprovada, governo luta por apoio do Congresso na votação das medidas fiscais
05 de Dezembro de 2024 às 10h49

Governo enfrenta desafios para aprovar pacote fiscal antes do recesso parlamentar

Com a urgência aprovada, governo luta por apoio do Congresso na votação das medidas fiscais

A Câmera dos Deputados aprovou na noite de quarta-feira, 4, o regime de urgência para dois projetos de lei que compõem o pacote fiscal do governo. Essa aprovação é um avanço significativo, permitindo que as propostas sejam votadas diretamente em plenário, sem a necessidade de discussão em comissões.

O primeiro projeto estabelece gatilhos em caso de déficit fiscal, incluindo a proibição de concessão, ampliação ou prorrogação de incentivos e benefícios tributários, além de autorizar o bloqueio de emendas parlamentares. A urgência foi aprovada com 260 votos a favor, apenas três acima do mínimo necessário, o que evidencia a divisão no plenário.

O segundo projeto visa alterar a regra de correção do salário mínimo e aprimorar os mecanismos de controle do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e do Bolsa Família. Essa proposta obteve 267 votos a favor, mas também com um número significativo de opositores.

O pacote, anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, precisa ser aprovado tanto pela Câmara quanto pelo Senado antes do recesso parlamentar, que inicia em 23 de dezembro. A expectativa é que as medidas sejam sancionadas ainda este ano, o que dá ao governo um prazo apertado de cerca de duas semanas para garantir a aprovação.

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Além das dificuldades enfrentadas para obter o apoio do Congresso, o governo também lida com um ambiente de instabilidade entre os Poderes. A insatisfação dos parlamentares com o bloqueio de emendas, determinado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), complicou ainda mais as negociações. O ministro Flávio Dino, do STF, liberou os recursos das emendas, mas impôs novas regras que não eram esperadas pelos parlamentares, gerando reclamações.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, já havia alertado sobre as dificuldades para conseguir os votos necessários para a aprovação das urgências. No entanto, ele se mostrou otimista, afirmando que o pacote fiscal deve ser aprovado nas próximas semanas. “Não tenho dúvida de que o Congresso não vai faltar com a aprovação, mas estamos em um momento de muita instabilidade”, declarou Lira.

Enquanto isso, a equipe do governo avalia a importância de obter uma sinalização positiva do Congresso sobre a aprovação do pacote fiscal antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima semana. A incerteza em relação à aprovação das medidas pode impactar a definição da taxa de juros e influenciar o comportamento do dólar.

O cenário é desafiador, e o governo busca consolidar seu apoio no Congresso, especialmente entre os líderes de partidos que representam uma base aliada significativa. A distribuição de cargos e a resolução de questões pendentes relacionadas às emendas são consideradas fundamentais para garantir o avanço das propostas fiscais.

- Esta reportagem está em atualização

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