Justiça apreende mais de 100 móveis falsificados atribuídos a Sergio Rodrigues
Designer, que faleceu em 2014, teve obras falsificadas vendidas por preços altos em lojas e sites
Na última quinta-feira (5), a Justiça do Rio de Janeiro realizou uma operação que resultou na apreensão de mais de 100 móveis falsificados que estavam sendo vendidos como se fossem obras originais do renomado designer Sergio Rodrigues, falecido em 2014. A ação foi realizada em Teresópolis e na capital fluminense, onde agentes da 41ª Vara Criminal da Capital identificaram os produtos fraudulentos.
Segundo informações do processo, as peças, que incluem a famosa poltrona Mole, estavam sendo comercializadas por preços que chegavam a R$ 60 mil. O escritório de advocacia Paulo Klein Advogados, que representa os direitos de produção de Sergio Rodrigues, conduziu uma investigação que resultou na queixa-crime protocolada no Judiciário, levando à apreensão dos móveis.
A poltrona Mole, uma das criações mais icônicas de Rodrigues, é um exemplo da falsificação. Originalmente feita de jacarandá e couro, a peça venceu o Concurso Internacional do Móvel de Cantù em 1961, consolidando a fama do designer. Durante a operação, foram encontrados anúncios de venda que ofereciam a poltrona por R$ 18 mil, um valor significativamente inferior ao preço real.
Os investigadores descobriram que as falsificações estavam sendo oferecidas tanto em lojas físicas quanto em plataformas de e-commerce. Em um dos casos, um perfil da empresa Vintage Brasil Móveis, que foi retirado do ar, anunciava a poltrona Mole com preços que desrespeitavam os direitos autorais da marca.
O advogado Paulo Klein explicou que a investigação se intensificou após denúncias de lojas licenciadas que questionaram a autenticidade dos produtos. “Acreditamos que as lojas estão ligadas e que podem pertencer ao mesmo grupo familiar”, afirmou Klein, que está à frente da defesa dos direitos de Sergio Rodrigues.
As peças apreendidas estão agora sob análise de peritas nomeadas pelo juiz, que avaliarão a autenticidade e as condições das obras. Além disso, o advogado adiantou que a empresa Sergio Rodrigues pretende mover uma ação civil de indenização contra os responsáveis pelas falsificações.
Sergio Rodrigues, nascido em 1927 no Rio de Janeiro, é considerado um dos maiores nomes do design de mobiliário brasileiro. Com uma carreira que se estendeu por mais de seis décadas, ele criou aproximadamente 1.200 modelos, muitos dos quais se tornaram referência em projetos de residências e instituições. Seu legado continua a ser um marco na história do design nacional.
A apreensão dos móveis falsificados levanta questões sobre a proteção da propriedade intelectual e a necessidade de fiscalização rigorosa para coibir práticas de concorrência desleal no mercado de design.
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