Mohamed al-Bashir, líder do Hayat Tahrir al-Sham, liderará a transição política até março de 2025
10 de Dezembro de 2024 às 11h14

Líder rebelde Mohamed al-Bashir assume governo interino na Síria após queda de Assad

Mohamed al-Bashir, líder do Hayat Tahrir al-Sham, liderará a transição política até março de 2025

Após a destituição do regime autoritário de Bashar al-Assad, o líder rebelde Mohamed al-Bashir foi nomeado como primeiro-ministro interino da Síria. A decisão foi anunciada em um discurso televisionado na última terça-feira, 10, onde al-Bashir afirmou que ficará à frente do governo de transição até o dia 1º de março de 2025.

Al-Bashir, que tem 41 anos, é um engenheiro elétrico que anteriormente ocupava o cargo de chefe do governo da milícia rebelde Hayat Tahrir al-Sham (HTS) em Idlib, uma região que era dominada pelo grupo antes da ofensiva que culminou na queda de Assad. O HTS, que desempenhou um papel crucial na derrubada do regime, é classificado como uma organização terrorista por diversos governos ocidentais, embora tenha se distanciado de suas raízes na Al-Qaeda.

O novo primeiro-ministro interino destacou a importância de estabelecer um governo que represente todos os sírios e que busque a responsabilização dos envolvidos em crimes de guerra durante o regime de Assad. Em suas declarações, al-Bashir afirmou que o governo interino também se comprometerá a oferecer recompensas por informações sobre oficiais do regime que tenham cometido torturas e outros crimes.

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A prática de tortura sob o governo de Assad foi amplamente documentada por organizações de direitos humanos, e o novo governo já anunciou planos para investigar e punir os responsáveis. O líder do HTS, Ahmed al-Sharaa, conhecido pelo nome de guerra Abu Mohammed al-Jawlani, também se comprometeu a buscar a repatriação de suspeitos que fugiram do país.

Desde a queda de Assad, a situação na Síria permanece volátil, com a comunidade internacional observando atentamente os desenvolvimentos. A ONU já apontou que a responsabilização dos crimes cometidos durante o regime é um passo crucial para a transição política no país. O enviado especial da ONU à Síria, Geir Pedersen, elogiou as iniciativas do HTS, afirmando que o grupo tem enviado “mensagens positivas” ao povo sírio sobre o futuro.

Com a nomeação de al-Bashir, a Síria entra em uma nova fase política, marcada por desafios significativos, incluindo a necessidade de reconstrução e a restauração da ordem após anos de conflito. O novo governo enfrentará a tarefa de unir um país devastado pela guerra e lidar com as expectativas de um povo que anseia por paz e estabilidade.

O futuro da Síria ainda é incerto, mas a liderança de al-Bashir representa uma mudança significativa no cenário político do país. O HTS, apesar de suas controvérsias, agora tem a oportunidade de moldar o futuro da Síria em um momento crítico de sua história.

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