Após adiamento da leitura do parecer, relator Eduardo Braga espera avançar nas etapas da proposta nesta quarta-feira.
11 de Dezembro de 2024 às 06h45

Senado vota regulamentação da reforma tributária após falhas de articulação política

Após adiamento da leitura do parecer, relator Eduardo Braga espera avançar nas etapas da proposta nesta quarta-feira.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal está agendada para votar nesta quarta-feira, 11 de dezembro, o Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 68 de 2024. Este projeto regulamenta o Imposto e a Contribuição sobre Bens e Serviços (IBS e CBS), além do Imposto Seletivo, no contexto da reforma tributária aprovada pelo Congresso Nacional no ano passado.

A proposta também está na pauta do plenário do Senado, que poderá votá-la no mesmo dia, caso seja aprovada pela CCJ. O relator, senador Eduardo Braga (MDB-AM), havia programado a apresentação de seu parecer na segunda-feira, mas uma falha na articulação política do governo, que não garantiu a presença mínima de senadores, resultou no adiamento da leitura.

O episódio gerou descontentamento por parte de Braga, que expressou sua frustração ao afirmar: “Disse ao líder do governo, Jaques Wagner, que, obviamente, a base do governo tem que registrar presença, não é?”

Na terça-feira, Braga conseguiu finalmente cumprir o rito, apresentando uma versão resumida das mais de 500 páginas de seu relatório. A presidência da CCJ concedeu vista coletiva de 24 horas aos membros da comissão, permitindo um tempo adicional para análise do texto.

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Entre as principais propostas do parecer, destaca-se a manutenção de carnes, frangos e peixes na lista de itens da cesta básica que estarão isentos dos novos tributos unificados sobre o consumo. Uma inovação em relação ao texto aprovado pela Câmara dos Deputados é a inclusão de armas, munições e itens de plástico descartável na lista do Imposto Seletivo, que tem sido chamado de Imposto do Pecado.

No setor de saúde, o relatório propõe a redução a zero das alíquotas do IBS e da CBS para medicamentos destinados a tratamentos de câncer, doenças raras, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), AIDS, doenças negligenciadas, vacinas e soros. A desoneração também se estende a medicamentos registrados na Anvisa, adquiridos por órgãos públicos ou entidades de saúde que atendem ao Sistema Único de Saúde (SUS) com pelo menos 60% de sua capacidade, além do Programa Farmácia Popular e composições para nutrição enteral e parenteral.

Além disso, no setor imobiliário, o relatório prevê uma redução de 50% nos tributos para alienações de imóveis e 70% para locações, desde que a receita anual não ultrapasse R$ 240.000 ou que o contribuinte não alugue mais de três imóveis.

O PLP 68/2024 está no Senado desde agosto e, ao longo dos últimos meses, diversas audiências públicas foram realizadas para discutir a proposta. A conclusão da regulamentação da reforma tributária, no entanto, pode se estender até 2025, uma vez que o PLP 108/2024, que trata do comitê gestor, ainda não começou a tramitar.

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