Propostas visam endurecer as penalidades para invasões, agora com agravantes e novas definições legais.
11 de Dezembro de 2024 às 20h13

Câmara dos Deputados aprova aumento de pena para invasão de propriedade e domicílios

Propostas visam endurecer as penalidades para invasões, agora com agravantes e novas definições legais.

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou, em votação realizada nesta quarta-feira, um projeto de lei que aumenta significativamente as penas para invasão de propriedades e domicílios. As propostas, que agora seguem para análise no Plenário da Casa, visam endurecer as penalidades e introduzir novas definições legais sobre o tema.

O projeto, que recebeu substitutivo do deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), altera a legislação atual, que prevê penas mais brandas para esses crimes. Com a nova proposta, a invasão de propriedade alheia poderá resultar em reclusão de um a quatro anos, além de multa, enquanto a invasão de domicílios passará a ser punida com reclusão de um a dois anos, também com a possibilidade de multa.

Além do aumento das penas, as propostas introduzem agravantes que tornam os crimes ainda mais severos. A pena para invasão de propriedade será dobrada se o crime for cometido por três ou mais pessoas ou em áreas rurais produtivas. Caso os invasores permaneçam no local após notificação, a pena poderá ser aumentada de um terço a metade.

O texto também propõe que a invasão de domicílios seja considerada uma circunstância agravante em diversos crimes, como homicídio, roubo e extorsão. Isso significa que, se uma invasão ocorrer durante a prática de um desses delitos, a pena será aumentada, refletindo a gravidade da violação do espaço privado.

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As mudanças no Código Penal e no Código Civil, conforme discutido na comissão, visam proporcionar uma resposta mais eficaz às crescentes preocupações com a segurança e a proteção da propriedade privada. O relator do projeto, Bilynskyj, argumentou que “é necessário adequar a lei penal à realidade atual, inserindo penalidades mais severas para aqueles que adentram em recinto inviolável para cometer qualquer outro delito”.

Por outro lado, a proposta tem gerado controvérsias. Deputados da ala progressista, como Bacelar (PV-BA), criticaram a iniciativa, afirmando que ela criminaliza movimentos sociais e pode levar a um aumento da violência no campo e nas cidades. Bacelar afirmou que “o aumento de pena é um expediente do terrorismo penal” e que não há evidências de que essa abordagem seja eficaz no combate à criminalidade.

As propostas ainda precisam passar pelo Plenário da Câmara e, posteriormente, pelo Senado, antes de se tornarem lei. A expectativa é de que o debate sobre o tema continue acalorado, refletindo as diferentes visões sobre a segurança pública e os direitos de propriedade no Brasil.

As mudanças propostas têm o potencial de impactar significativamente a forma como a legislação brasileira trata a invasão de propriedades e domicílios, trazendo à tona questões sobre a proteção da propriedade privada e os direitos dos cidadãos. A discussão sobre a eficácia e a necessidade dessas mudanças será crucial para o futuro da legislação penal no país.

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