A nova estatal, chamada Alada, segue para sanção do presidente Lula e gera preocupações sobre gastos públicos.
12 de Dezembro de 2024 às 15h10

Senado aprova criação de nova estatal para o setor aeroespacial brasileiro

A nova estatal, chamada Alada, segue para sanção do presidente Lula e gera preocupações sobre gastos públicos.

O Senado Federal aprovou na última quinta-feira, 12, a criação da Alada, uma nova estatal destinada à exploração do setor aeroespacial no Brasil. O projeto, que agora aguarda a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, levanta preocupações sobre o aumento dos gastos públicos em um momento em que o país enfrenta desafios econômicos significativos.

A Alada será uma subsidiária da NAV Brasil, uma estatal já existente que atua na prestação de serviços de navegação aérea. O governo federal, por meio do Poder Executivo, é o responsável pela proposta que visa explorar economicamente a infraestrutura e a navegação aeroespacial, além de desenvolver projetos e equipamentos relacionados.

O texto aprovado estabelece que a nova estatal terá a incumbência de realizar atividades de apoio ao controle do espaço aéreo, uma função que anteriormente era desempenhada pela Infraero. A criação da Alada é vista por alguns como uma tentativa de replicar o modelo da Embraer, que, apesar de ter sido privatizada na década de 1990, ainda é considerada um símbolo do setor aeroespacial brasileiro.

Embora o governo defenda a criação da Alada como uma forma de impulsionar o desenvolvimento tecnológico e atrair investimentos privados, críticos apontam que a formação de mais uma estatal pode resultar em um aumento desnecessário nos gastos públicos. O senador Marcos Pontes, ex-ministro da Ciência e Tecnologia, elogiou a iniciativa, afirmando que “a criação da Alada traz impactos socioeconômicos positivos, ao gerar empregos qualificados e fomentar o crescimento de polos tecnológicos no país”.

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Entretanto, a falta de informações sobre os custos previstos para a nova estatal gera incertezas. O Palácio do Planalto não divulgou detalhes sobre o orçamento que será destinado à Alada, o que levanta questões sobre a viabilidade financeira da proposta em um cenário de contenção de despesas.

Além disso, a Alada terá a responsabilidade de viabilizar a exploração comercial do Centro Espacial de Alcântara, no Maranhão, uma área considerada estratégica para lançamentos espaciais devido à sua localização próxima à Linha do Equador. Essa iniciativa, embora promissora, também suscita debates sobre os impactos ambientais e sociais que podem advir da expansão das atividades espaciais na região.

A criação da Alada, portanto, não é apenas uma questão de desenvolvimento tecnológico, mas também um tema que envolve a responsabilidade fiscal e a gestão dos recursos públicos. A sociedade civil e os especialistas em políticas públicas acompanharão de perto os próximos passos do governo em relação a essa nova estatal.

Com a aprovação do projeto, o Brasil se junta a uma lista crescente de países que investem no setor aeroespacial, mas a dúvida que persiste é se a Alada será capaz de cumprir suas promessas sem onerar ainda mais os cofres públicos.

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