Ministros votam pela condenação do ex-deputado por incitação à violência e outros crimes; divergência sobre a pena é registrada.
13 de Dezembro de 2024 às 08h36

STF forma maioria para condenar Roberto Jefferson a pena de 9 anos de prisão

Ministros votam pela condenação do ex-deputado por incitação à violência e outros crimes; divergência sobre a pena é registrada.

O Supremo Tribunal Federal (STF) alcançou uma maioria de votos pela condenação do ex-deputado Roberto Jefferson, acusado de incitar a violência contra autoridades e de praticar outros crimes, como calúnia e homofobia. O placar atual é de 6 a 0, com a votação em andamento no plenário virtual, que se encerrará nesta sexta-feira (13).

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, propôs uma pena de nove anos, um mês e cinco dias de prisão, além de uma multa de R$ 200 mil por danos morais coletivos. Moraes foi acompanhado por outros ministros, incluindo Flávio Dino, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes e Dias Toffoli. A proposta de Moraes abrange quatro crimes: atentado ao exercício pleno dos Poderes, calúnia, homofobia e incitação ao crime.

Embora tenha concordado com a condenação, o ministro Cristiano Zanin apresentou uma divergência, sugerindo uma pena menor de cinco anos, dois meses e 28 dias. Zanin argumentou que os crimes de calúnia e incitação ao dano estariam prescritos, embora tenha concordado com as condenações pelos demais delitos. Ele destacou que a idade de Jefferson, que tem 71 anos, poderia ser considerada uma atenuante.

Ainda estão pendentes os votos dos ministros André Mendonça, Cármen Lúcia, Nunes Marques, Luiz Fux e Edson Fachin. Os votos podem ser depositados até às 23h59 de hoje, e os ministros têm a opção de pedir vista ou destaque, o que poderia levar o caso a ser julgado em plenário físico.

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Atualmente, Roberto Jefferson está preso no Hospital Samaritano Botafogo, no Rio de Janeiro, após complicações de saúde. Ele foi internado em junho de 2023, após um acidente em sua cela. Desde a sua prisão em outubro de 2022, Jefferson tem enfrentado problemas de saúde, incluindo diabetes e hipertensão. Caso a condenação seja confirmada, o tempo já cumprido será considerado na pena final.

A defesa de Jefferson nega as acusações, afirmando que a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) se baseia em “ilacões desconexas e imprecisas”, e que as alegações são infundadas. Os advogados sustentam que as declarações de Jefferson foram tiradas de contexto e não configuram crimes.

As acusações contra Jefferson incluem incitação à violência, como o incentivo à invasão do Senado e ameaças de explosão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em uma declaração polêmica, Jefferson afirmou que a comunidade LGBTQIA+ representava uma “demolição moral da família”, o que também foi considerado como um ato de homofobia.

O julgamento de Roberto Jefferson é um dos casos mais emblemáticos do STF, refletindo a tensão entre a liberdade de expressão e a proteção das instituições democráticas. A decisão final do tribunal poderá ter um impacto significativo na jurisprudência relacionada a crimes de incitação e discurso de ódio no Brasil.

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