Parlamento da Coreia do Sul aprova impeachment do presidente Yoon Suk Yeol
Após a declaração de lei marcial, o primeiro-ministro assume interinamente enquanto o Tribunal Constitucional analisa o caso.
O Parlamento da Coreia do Sul aprovou neste sábado (14/12) o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, em um movimento que reflete a crescente insatisfação com sua administração. A decisão ocorreu após Yoon ter declarado a lei marcial no dia 3 de dezembro, uma medida que gerou controvérsias e críticas, inclusive de membros de seu próprio partido.
Durante a votação, todos os 300 deputados da Assembleia Nacional participaram do processo, resultando em 204 votos a favor da moção de impeachment apresentada pela oposição, 85 contra, três abstenções e oito votos considerados inválidos. A aprovação do impeachment marca um momento significativo na política sul-coreana, onde a destituição de um presidente em exercício não é uma ocorrência comum.
Com a aprovação do impeachment, os poderes e deveres presidenciais de Yoon Suk Yeol serão suspensos assim que as cópias do documento forem entregues ao próprio presidente e ao Tribunal Constitucional. Este tribunal agora tem um prazo de 180 dias para confirmar ou rejeitar o pedido de impeachment, avaliando se o presidente violou a lei ao decretar a lei marcial.
Enquanto isso, o primeiro-ministro Han Duck-soo assumiu o cargo de presidente interino, com a responsabilidade de manter a estabilidade do governo e da economia durante este período de transição. O presidente do Parlamento, Woo Won Shik, fez um apelo para que o governo e os parlamentares trabalhem juntos para estabilizar a economia e as relações exteriores do país.
O ministro das Finanças, Choi Sang-mok, anunciou que convocará uma reunião de emergência para discutir a situação econômica no domingo, destacando a urgência da situação. A aprovação do impeachment ocorre em um contexto de crescente pressão popular, com milhares de cidadãos se reunindo em frente ao Parlamento para exigir a destituição do presidente.
O impeachment de Yoon Suk Yeol é particularmente notável, pois, se confirmado, ele se tornará o segundo presidente sul-coreano a ser destituído em exercício, após Park Geun-hye, que foi afastada e presa em 2017 por um escândalo de corrupção. A história política da Coreia do Sul tem sido marcada por crises e instabilidades, e a atual situação não é exceção.
Yoon Suk Yeol, que defendeu sua decisão de decretar a lei marcial como uma medida necessária para proteger a democracia do país, afirmou em um discurso que não está “obcecado” em cumprir seu mandato e que enfrenta as investigações com “confiança”. Ele também alegou que sua administração está sendo alvo de uma campanha de desinformação.
A oposição, que apresentou a moção de impeachment, argumenta que a declaração da lei marcial foi uma tentativa de silenciar a dissidência e consolidar o poder. O líder do Partido Democrático, Lee, pediu aos parlamentares do partido governista que priorizem a proteção dos cidadãos em vez de defender Yoon, enfatizando a importância de ouvir as vozes da população que protestam nas ruas.
Com a situação política em constante evolução, o futuro de Yoon Suk Yeol e a estabilidade do governo sul-coreano permanecem incertos. A análise do Tribunal Constitucional será crucial para determinar os próximos passos e o impacto que essa crise terá na política do país.
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