Cristiano Zanin revoga uso de tornozeleiras para desembargadores investigados
Decisão do ministro do STF afeta desembargadores envolvidos em corrupção no judiciário de MS
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, determinou a suspensão do uso de tornozeleiras eletrônicas pelos desembargadores Sideni Soncini Pimentel, Vladimir Abreu da Silva, Marcos José de Brito Rodrigues e Alexandre Bastos, que estão sendo investigados por corrupção no judiciário de Mato Grosso do Sul. A decisão também inclui a obrigação de entrega dos passaportes à Polícia Federal, como parte das medidas cautelares impostas.
A medida foi tomada após Zanin já ter revogado a tornozeleira do desembargador Sérgio Fernandes Martins, outro investigado na operação “Última Ratio”. Sérgio, que estava afastado desde outubro, retornou à presidência do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) no início deste mês.
Conforme apurou a reportagem, as defesas de alguns dos desembargadores já entregaram os passaportes à PF. A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) ainda não se manifestou oficialmente sobre a decisão.
A operação, deflagrada em outubro, investiga crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, falsificação e organização criminosa envolvendo magistrados do estado. Os mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) ocorreram em diversas cidades, incluindo Campo Grande, Brasília, São Paulo e Cuiabá.
Até o momento, os desembargadores permanecem afastados de suas funções enquanto continuam sendo investigados. A situação gera apreensão no meio jurídico e entre os cidadãos, que esperam por uma resolução rápida e justa para o caso.
A decisão do ministro Cristiano Zanin é vista como um passo importante na luta contra a corrupção no judiciário, refletindo a necessidade de medidas rigorosas para garantir a integridade das instituições. O desfecho desse caso poderá influenciar a percepção pública sobre a confiança no sistema judiciário e a eficácia das investigações em andamento.
O STF tem enfrentado desafios constantes em relação à corrupção e à transparência, e a atuação de Zanin neste caso poderá ser um divisor de águas na forma como a justiça é administrada no Brasil. A sociedade aguarda ansiosamente por mais desdobramentos e pela responsabilização dos envolvidos.
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