PSOL solicita cassação de Carla Zambelli alegando quebra de decoro parlamentar
Partido alega que deputada teria participado de plano golpista com Bolsonaro e militares, conforme investigação da PF.
O PSOL protocolou, nesta segunda-feira, uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, solicitando a cassação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) por quebra de decoro parlamentar. A medida é fundamentada na suposta participação da parlamentar em um plano golpista que envolveria o ex-presidente Jair Bolsonaro e membros das Forças Armadas.
A representação foi assinada pela presidente nacional do PSOL, Paula Coradi, e pela bancada federal do partido. O documento menciona informações obtidas no relatório da Polícia Federal que indicam a atuação de Zambelli para pressionar o então comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, em 8 de dezembro de 2022, a se unir ao plano golpista, conforme relato do próprio chefe da FAB aos investigadores.
O relatório da PF destaca que, no dia 8 de dezembro de 2022, após a formatura de aspirantes a oficial da FAB na cidade de Pirassununga, em São Paulo, Zambelli abordou o tenente-brigadeiro com a seguinte indagação: “Brigadeiro, o senhor não pode deixar o Presidente Bolsonaro na mão”. O depoente afirmou que interpretou a fala da deputada como uma proposta para que ele se envolvesse em um ato ilegal.
Com base no artigo 55 da Constituição Federal e no Código de Ética da Câmara dos Deputados, o PSOL argumenta que a conduta de Zambelli representa uma grave violação aos princípios democráticos e ao decoro parlamentar. O deputado federal Ivan Valente enfatizou: “Quem pressiona chefe das Forças Armadas para cometer golpe não pode estar na Câmara dos Deputados”.
A situação gerou repercussão entre os parlamentares, que debatem a gravidade das acusações e a necessidade de uma resposta contundente do Conselho de Ética. A cassação de um mandato parlamentar é um processo complexo e requer a apresentação de provas robustas, além de um julgamento que respeite o devido processo legal.
O PSOL, por sua vez, espera que a representação seja analisada com a seriedade que o caso exige, considerando a gravidade das alegações. A expectativa é que o Conselho de Ética se pronuncie em breve sobre o andamento do processo.
Além disso, a situação de Carla Zambelli pode influenciar o cenário político atual, especialmente em um momento em que a confiança nas instituições democráticas é crucial. A atuação do PSOL reflete uma tentativa de fortalecer a accountability no Congresso e garantir que comportamentos que ameacem a democracia sejam devidamente punidos.
O desdobramento desse caso pode gerar um debate mais amplo sobre a ética e a responsabilidade dos parlamentares, especialmente em um contexto de polarização política. A sociedade civil e os movimentos sociais acompanham atentamente os acontecimentos, na expectativa de que a justiça prevaleça.
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