Partido alega que deputada teria participado de plano golpista com Bolsonaro e militares, conforme investigação da PF.
16 de Dezembro de 2024 às 16h51

PSOL solicita cassação de Carla Zambelli alegando quebra de decoro parlamentar

Partido alega que deputada teria participado de plano golpista com Bolsonaro e militares, conforme investigação da PF.

O PSOL protocolou, nesta segunda-feira, uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, solicitando a cassação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) por quebra de decoro parlamentar. A medida é fundamentada na suposta participação da parlamentar em um plano golpista que envolveria o ex-presidente Jair Bolsonaro e membros das Forças Armadas.

A representação foi assinada pela presidente nacional do PSOL, Paula Coradi, e pela bancada federal do partido. O documento menciona informações obtidas no relatório da Polícia Federal que indicam a atuação de Zambelli para pressionar o então comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, em 8 de dezembro de 2022, a se unir ao plano golpista, conforme relato do próprio chefe da FAB aos investigadores.

O relatório da PF destaca que, no dia 8 de dezembro de 2022, após a formatura de aspirantes a oficial da FAB na cidade de Pirassununga, em São Paulo, Zambelli abordou o tenente-brigadeiro com a seguinte indagação: “Brigadeiro, o senhor não pode deixar o Presidente Bolsonaro na mão”. O depoente afirmou que interpretou a fala da deputada como uma proposta para que ele se envolvesse em um ato ilegal.

Com base no artigo 55 da Constituição Federal e no Código de Ética da Câmara dos Deputados, o PSOL argumenta que a conduta de Zambelli representa uma grave violação aos princípios democráticos e ao decoro parlamentar. O deputado federal Ivan Valente enfatizou: “Quem pressiona chefe das Forças Armadas para cometer golpe não pode estar na Câmara dos Deputados”.

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A situação gerou repercussão entre os parlamentares, que debatem a gravidade das acusações e a necessidade de uma resposta contundente do Conselho de Ética. A cassação de um mandato parlamentar é um processo complexo e requer a apresentação de provas robustas, além de um julgamento que respeite o devido processo legal.

O PSOL, por sua vez, espera que a representação seja analisada com a seriedade que o caso exige, considerando a gravidade das alegações. A expectativa é que o Conselho de Ética se pronuncie em breve sobre o andamento do processo.

Além disso, a situação de Carla Zambelli pode influenciar o cenário político atual, especialmente em um momento em que a confiança nas instituições democráticas é crucial. A atuação do PSOL reflete uma tentativa de fortalecer a accountability no Congresso e garantir que comportamentos que ameacem a democracia sejam devidamente punidos.

O desdobramento desse caso pode gerar um debate mais amplo sobre a ética e a responsabilidade dos parlamentares, especialmente em um contexto de polarização política. A sociedade civil e os movimentos sociais acompanham atentamente os acontecimentos, na expectativa de que a justiça prevaleça.

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