José Luis Oliveira Lima, conhecido como Juca, é o novo defensor do general preso, que é investigado por tentativa de golpe.
18 de Dezembro de 2024 às 16h45

Braga Netto contrata advogado que já defendeu Dirceu e Léo Pinheiro na Lava Jato

José Luis Oliveira Lima, conhecido como Juca, é o novo defensor do general preso, que é investigado por tentativa de golpe.

O general da reserva Walter Braga Netto, preso desde o último sábado (14) sob suspeita de envolvimento em um plano para desestabilizar o governo, contratou o advogado criminalista José Luis Oliveira Lima, popularmente conhecido como Juca. Lima é um renomado defensor que já atuou em casos de grande repercussão, incluindo a defesa do ex-ministro José Dirceu durante o escândalo do Mensalão e a negociação da delação premiada do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, na operação Lava Jato.

A mudança de defesa foi oficializada no sistema do Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira (18). A decisão de Braga Netto em optar por um advogado com forte trânsito nos tribunais superiores reflete a gravidade das acusações que enfrenta, que incluem obstrução de justiça e tentativa de golpe de Estado.

Braga Netto, que foi ministro da Defesa no governo Bolsonaro e candidato à vice-presidência nas últimas eleições, é um dos 40 indiciados no inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe. A Polícia Federal (PF) alega que ele teria tentado obter informações sigilosas relacionadas a acordos de delação premiada e que se reuniu com outros militares para planejar ações clandestinas visando impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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O novo advogado, Juca, tem um histórico de clientes notáveis, incluindo o ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, e o médico Roger Abdelmassih, ambos envolvidos em casos de assédio sexual. A escolha de Lima como defensor de Braga Netto ocorre apenas quatro dias após a prisão do general, que foi detido por tentar obstruir as investigações sobre a tentativa de golpe em 2022.

De acordo com a PF, as investigações revelaram que Braga Netto teria conhecimento e aprovado planos para desestabilizar o governo e restringir o exercício do Poder Judiciário. A corporação destacou que as medidas judiciais têm como objetivo evitar a reiteração de ações ilícitas.

Em resposta às acusações, Braga Netto usou suas redes sociais para negar qualquer envolvimento em um golpe, afirmando que nunca houve um plano para assassinar alguém. A defesa do general classificou as acusações como uma “tese fantasiosa e absurda”, expressando confiança de que o devido processo legal esclarecerá a verdade dos fatos.

Com a nova defesa, Braga Netto espera fortalecer sua posição diante das graves acusações que enfrenta, enquanto a sociedade aguarda desdobramentos sobre o inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado.

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