PepsiCo desiste de projeto de revitalização do Largo da Batata após críticas
Após polêmica, empresa cancela parceria com a subprefeitura de Pinheiros para o espaço público
A PepsiCo anunciou oficialmente a descontinuidade do projeto de revitalização do Largo da Batata, que envolvia sua marca Ruffles em parceria com a Subprefeitura de Pinheiros. O acordo, que previa melhorias e manutenção do espaço público, gerou intensos debates entre autoridades, urbanistas e a comunidade local.
O projeto foi inicialmente revelado na quinta-feira, 12, com planos de um evento de celebração marcado para o dia 15, que nunca ocorreu. A prefeitura de São Paulo anunciou sua desistência da parceria no fim de semana seguinte, após a repercussão negativa.
A administração municipal justificou a decisão afirmando que a medida era necessária para que a Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU) pudesse avaliar a proposta de comunicação visual da PepsiCo para o Largo da Batata. Em nota, a prefeitura esclareceu que a marca havia seguido todas as diretrizes do processo administrativo, ressaltando que a iniciativa não incluía a mudança do nome do espaço, prática conhecida como naming rights.
Em resposta à situação, a PepsiCo reafirmou seu compromisso com a cidade de São Paulo e lamentou a percepção negativa que o projeto pode ter gerado. A empresa destacou que seu objetivo sempre foi proporcionar benefícios à população que frequenta o Largo. “Lamentamos a percepção que pode ter sido gerada sobre intenções eventualmente diferentes desta”, afirmou a companhia.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) havia declarado anteriormente que o projeto foi um erro e que ele não tinha conhecimento da autorização dada pela subprefeitura. “Houve um erro de fluxo nesse processo, isso deveria passar pela Secretaria Municipal de Licenciamento e Urbanismo, e não passou”, disse Nunes, referindo-se à falta de análise da CPPU.
O subprefeito de Pinheiros, Alan Cortez, explicou que a suspensão do termo ocorreu porque a PepsiCo começou a realizar publicidade sobre a ação, o que não estava previsto no acordo. “O termo de cooperação tinha como objetivo cuidar da zeladoria urbana da praça, mas a empresa desvirtuou o termo ao iniciar uma campanha publicitária”, afirmou Cortez.
O acordo original, assinado em 28 de novembro, estabelecia um contrato de comodato, que é uma espécie de aluguel sem custo, para a doação de bens e serviços. A parceria envolvia a Prefeitura de São Paulo e a Social Service Comunicação Mkt de Responsabilidade.
Nas redes sociais, a reação da população foi predominantemente negativa, com muitos usuários ironizando a proposta e sugerindo nomes fictícios para outros espaços públicos, como “Avenida Leite Paulista” e “Viaduto do Chá Mate Leão”, em um tom de crítica à ideia de associar marcas a locais históricos.
Com a desistência do projeto, a PepsiCo afirmou que irá repensar suas iniciativas futuras, reiterando seu compromisso com o desenvolvimento socioambiental das comunidades, uma vez que a empresa está presente no Brasil há 70 anos.
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