A moeda americana avançou 1,87% nesta segunda-feira (23), refletindo incertezas fiscais e o cenário internacional.
23 de Dezembro de 2024 às 18h07

Dólar fecha em alta a R$ 6,18 após aprovação de pacote de cortes de gastos

A moeda americana avançou 1,87% nesta segunda-feira (23), refletindo incertezas fiscais e o cenário internacional.

O dólar encerrou as negociações desta segunda-feira (23) em forte alta, cotado a R$ 6,18, representando um avanço de 1,87% em relação ao fechamento da última sexta-feira (20), quando a moeda estava a R$ 6,07. Este aumento ocorre em meio a um cenário de incertezas fiscais e à recente aprovação do pacote de cortes de gastos pelo Congresso Nacional.

Durante o pregão, a moeda americana chegou a atingir a cotação de R$ 6,20, refletindo a pressão exercida por fatores tanto internos quanto externos. A expectativa de que o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, mantenha uma postura conservadora em relação à taxa de juros também contribuiu para a valorização do dólar, impactando especialmente os mercados emergentes.

Na semana anterior, o Banco Central (BC) realizou intervenções no mercado, leiloando cerca de US$ 23,7 bilhões para conter a alta da moeda americana. No entanto, nesta segunda-feira, não houve atuação do BC, o que pode ter contribuído para a escalada do dólar. O euro também apresentou valorização, fechando a R$ 6,4409, com um aumento de 1,59%.

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A aprovação do pacote de cortes de gastos, embora celebrada, não foi suficiente para acalmar os ânimos do mercado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as mudanças promovidas pelo Congresso, que reduziram o impacto das medidas em R$ 2,1 bilhões, ainda assim resultariam em uma economia significativa de R$ 69,8 bilhões até 2026. Contudo, analistas consideram que a real economia pode ficar entre R$ 42 bilhões e R$ 55 bilhões, o que não alivia as preocupações sobre a sustentabilidade fiscal do governo.

Além disso, a flexibilização das restrições ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a limitação do bloqueio das emendas comuns apenas aos empenhos não obrigatórios foram vistas como desidratações do pacote, gerando ainda mais desconfiança entre os investidores. O mercado aguarda com expectativa os próximos passos do governo e a resposta do BC às flutuações da moeda.

O cenário internacional também exerce influência sobre a cotação do dólar. A força da moeda americana em relação a uma cesta de outras moedas, medida pelo índice DXY, que subiu 0,40%, reflete um ambiente global de aversão ao risco, que tende a favorecer o dólar em momentos de incerteza.

Com a alta do dólar, o governo enfrenta o desafio de equilibrar as contas públicas e conter o aumento das despesas, enquanto os investidores permanecem cautelosos em relação ao futuro econômico do país. A expectativa é que o cenário fiscal continue a ser um fator determinante para a movimentação da moeda nos próximos dias.

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