A farmacêutica EMS iniciará a fabricação de Lirux e Olire, medicamentos à base de liraglutida, para diabetes e obesidade.
24 de Dezembro de 2024 às 14h20

Anvisa aprova produção de medicamentos similares ao Ozempic pela EMS no Brasil

A farmacêutica EMS iniciará a fabricação de Lirux e Olire, medicamentos à base de liraglutida, para diabetes e obesidade.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, nesta terça-feira (24), a produção e comercialização de dois novos medicamentos análogos de GLP-1 pela farmacêutica brasileira EMS. Os fármacos, Lirux e Olire, são indicados, respectivamente, para o tratamento do diabetes tipo 2 e para o combate à obesidade, e estarão disponíveis nas farmácias a partir de 2025.

Ambos os medicamentos são formulados com base na liraglutida, o mesmo princípio ativo presente nos injetáveis Saxenda e Victoza, da farmacêutica Novo Nordisk. A patente da liraglutida foi encerrada no Brasil este ano, o que possibilita a fabricação local de alternativas.

Os novos produtos serão inteiramente fabricados no Brasil, com a EMS destacando que “desenvolvemos um produto no país, com tecnologia brasileira, do zero. Vamos fabricar desde a matéria-prima até o produto acabado, reforçando nossa posição de liderança no mercado farmacêutico brasileiro com produtos de alta qualidade e de grande impacto”, afirmou Carlos Sanchez, Presidente do Conselho de Administração da EMS.

A dosagem do Lirux será de até 1,8 mg por dia, enquanto o Olire poderá ser administrado em doses de até 3 mg diárias. A expectativa é que a produção atinja 40 milhões de unidades a partir de março do próximo ano, conforme informações da farmacêutica.

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Os medicamentos análogos de GLP-1, como Lirux e Olire, atuam no organismo aumentando a sensação de saciedade e diminuindo o apetite, além de regular os níveis de insulina e açúcar no sangue. Essa classe de medicamentos é amplamente utilizada no tratamento do diabetes tipo 2 e na redução de peso, sendo uma alternativa importante para pacientes que buscam controle glicêmico e emagrecimento.

Com a autorização da Anvisa, a EMS se posiciona como uma concorrente direta de produtos já estabelecidos no mercado, como o Ozempic, que tem se tornado cada vez mais popular entre os consumidores. A produção local promete não apenas aumentar a disponibilidade dos medicamentos, mas também reduzir os custos para os pacientes, que atualmente enfrentam dificuldades de acesso devido à escassez dos produtos importados.

Além disso, a Anvisa está considerando implementar medidas mais rigorosas para a venda de medicamentos análogos ao GLP-1, visando garantir que esses fármacos sejam adquiridos de forma segura e responsável. Atualmente, esses medicamentos são classificados como tarja vermelha, exigindo prescrição médica, mas há preocupações sobre a venda indiscriminada em farmácias e aplicativos.

Os dados de mercado indicam que, apenas em 2024, foram vendidas mais de 3 milhões de unidades do Ozempic no Brasil, com um crescimento de 663% nas vendas nos últimos seis anos. A EMS, com a introdução de Lirux e Olire, espera atender a uma demanda crescente por tratamentos eficazes para diabetes e obesidade.

O lançamento desses novos medicamentos representa um avanço significativo na oferta de opções terapêuticas no Brasil, contribuindo para o fortalecimento da indústria farmacêutica nacional e ampliando o acesso dos pacientes a tratamentos essenciais.

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