Entidades alegam que proposta abrange temas diversos e pede consultas separadas para cada um deles.
30 de Dezembro de 2024 às 06h47

Operadoras de planos de saúde solicitam suspensão de consulta pública da ANS

Entidades alegam que proposta abrange temas diversos e pede consultas separadas para cada um deles.

A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) solicitou à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a suspensão imediata da Consulta Pública 145, que visa alterar as políticas de reajustes no setor de planos de saúde. O pedido foi fundamentado na inclusão de três novos temas na proposta, que se estende até 3 de fevereiro de 2025: mecanismo de regulação financeira, venda on-line e revisão técnica, além dos reajustes dos planos coletivos.

A Abramge argumenta que a condução da consulta pública, que abrange assuntos tão distintos e de grande impacto, compromete a participação social. A entidade afirma que essa abordagem impede que a sociedade tenha tempo e organização suficientes para apresentar críticas e sugestões relevantes sobre os temas regulatórios em discussão. “A Abramge compreende que a condução da consulta pública com temas tão díspares e de tamanho impacto viola a participação social”, diz o documento enviado à ANS.

Além disso, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde), que representa operadoras de planos e seguros privados, também se manifestou, pedindo que a ANS amplie o prazo de consulta. A Fenasaúde argumenta que é necessária a realização de estudos técnicos, com base econômico-financeira, atuarial e jurídica, para demonstrar a adequação das soluções propostas na consulta pública.

A federação considera essencial que o prazo para contribuições à consulta seja ampliado em pelo menos 90 dias, levando em conta a sobreposição de assuntos relevantes que precisam ser discutidos. “É imprescindível que haja uma consulta para cada norma que a ANS propõe alterar”, afirma Gustavo Ribeiro, presidente da Abramge, em nota divulgada recentemente.

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No início de outubro, a ANS já havia colocado em consulta pública a primeira versão da proposta, que incluía medidas como correções “excepcionais” nas mensalidades de planos individuais e familiares cujas operadoras enfrentam dificuldades financeiras, além do reajuste anual. A proposta também prevê a definição de uma cláusula padrão de aumento dos planos coletivos e limites para coparticipação.

Em 16 de dezembro, um novo relatório que continha a avaliação das 79 propostas enviadas à ANS foi apresentado. Dentre as contribuições, 41 empresas e seis entidades representativas das operadoras fizeram sugestões, enquanto nove cidadãos e três entidades de defesa do consumidor também participaram do processo.

Esse novo relatório foi novamente submetido à consulta pública, que a Abramge tenta suspender. A consulta, que começou em meados de dezembro, vai até 3 de fevereiro de 2025. A Abramge propõe que cada tema tenha um prazo de 45 dias para a consulta pública, visando um maior detalhamento sobre cada proposta de alteração.

As operadoras de planos de saúde reconhecem que os quatro temas abordados compõem um eixo dirigido à política de preços e reajuste, e que a grande quantidade de dados e informações de elevada repercussão sobre cada tema regulatório exige um maior detalhamento nas propostas.

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