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Rio de Janeiro registra primeiro caso de dengue tipo 3 em 2025
Mulher de 60 anos é a primeira vítima confirmada do sorotipo, que não circulava no estado desde 2007.
O estado do Rio de Janeiro confirmou, nesta quinta-feira (9), o primeiro caso de dengue tipo 3 em 2025. A informação foi divulgada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), que identificou a paciente como uma mulher de 60 anos residente na capital fluminense.
Este sorotipo de dengue não era registrado no estado desde 2007, o que torna a situação ainda mais preocupante. A confirmação do caso foi realizada pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen-RJ), e a Secretaria Municipal de Saúde está acompanhando o tratamento da paciente.
Os sintomas da dengue tipo 3 são semelhantes aos dos outros sorotipos da doença, incluindo febre alta, dor no corpo e nas articulações, náuseas, vômitos, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas na pele. A diferença crucial está na quantidade de pessoas suscetíveis ao vírus, uma vez que muitos não tiveram contato com esse sorotipo anteriormente.
A secretária estadual de Saúde, Claudia Mello, ressaltou a importância de redobrar os cuidados e manter a vigilância. “O fato de surgir este ano mais um caso do sorotipo 3 é um ponto de atenção para redobrarmos os cuidados e continuarmos em alerta. A Secretaria vai manter o monitoramento dos casos e definir ações específicas caso identifique a circulação no estado”, afirmou Mello.
Em 2024, o estado do Rio enfrentou uma epidemia de dengue, contabilizando 302.674 casos prováveis, 9.726 internações e 232 óbitos. Na cidade do Rio de Janeiro, foram registrados 111.114 casos, seguidos por Volta Redonda, com 22.705 registros, e Campos dos Goytacazes, com 19.588.
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Para combater a dengue, a SES prioriza ações contra o mosquito Aedes aegypti, vetor da doença. O governo do estado está implementando o Plano de Contingência para Enfrentamento às Arboviroses, que inclui campanhas de conscientização e monitoramento dos casos em todos os 92 municípios.
A população é orientada a realizar vistorias semanais em suas residências para evitar a acumulação de água em recipientes que podem servir de criadouros para o mosquito, como latas, garrafas vazias, pneus e caixas d'água descobertas.
Além disso, a vacinação contra a dengue é uma medida importante. Na capital, crianças e adolescentes de 10 a 14 anos que receberam a primeira dose da vacina há mais de três meses devem se dirigir aos postos de saúde para a aplicação da segunda dose, que é exclusiva até o final do mês.
Dados do Ministério da Saúde indicam que, ao longo de 2024, o sorotipo de dengue que circulou predominantemente no Brasil foi o tipo 1, identificado em 73,4% das amostras positivas. A secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, destacou a mudança significativa para o sorotipo 3, que pode impactar a saúde pública em 2025.
As autoridades de saúde estão atentas e monitorando a situação, especialmente em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná, onde se espera uma incidência maior de casos de dengue em comparação ao ano anterior.
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