Com alta de 0,52% em dezembro, o IPCA ultrapassa o limite de 4,5% e gera preocupações sobre a economia.
10 de Janeiro de 2025 às 10h08

Inflação no Brasil fecha 2024 em 4,83%, superando teto da meta estabelecida pelo governo

Com alta de 0,52% em dezembro, o IPCA ultrapassa o limite de 4,5% e gera preocupações sobre a economia.

A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), encerrou o ano de 2024 com uma alta de 4,83%, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este resultado representa um desvio significativo em relação à meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que previa um limite de 4,5% para o ano.

Em dezembro, o IPCA registrou uma elevação de 0,52%, um aumento em relação aos 0,39% observados em novembro. Este crescimento contínuo da inflação levanta preocupações sobre o poder de compra dos brasileiros, que já enfrentam dificuldades devido ao aumento dos preços de bens essenciais.

O desempenho do IPCA em 2024 marca a terceira vez nos últimos quatro anos que a inflação ultrapassa o teto da meta. O centro da meta para o ano era de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. A situação atual reflete um cenário econômico desafiador, em que a inflação se mantém elevada, impactando diretamente a vida dos cidadãos.

Os principais responsáveis pela alta da inflação foram os grupos de Alimentação e Bebidas, que apresentaram um aumento de 7,69% ao longo do ano, e Transportes, que também contribuíram significativamente para o índice. A gasolina, por exemplo, teve um impacto individual considerável, acumulando uma alta de 9,71% em 2024.

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Além disso, o grupo de Saúde e Cuidados Pessoais registrou uma elevação de 6,09%, o que também pressionou o IPCA para cima. A combinação desses fatores sugere que os consumidores brasileiros estão enfrentando um aumento generalizado nos preços, o que pode levar a um desgaste ainda maior no poder de compra.

O novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, terá a responsabilidade de justificar o descumprimento da meta em uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O Banco Central já havia sinalizado que a inflação poderia ultrapassar o teto da meta, mas a magnitude do desvio preocupa economistas e analistas de mercado.

As expectativas para o futuro não são otimistas. A mediana das previsões das instituições financeiras aponta para uma inflação de 5% em 2025, o que indica que o cenário inflacionário pode continuar a ser desafiador. O aumento da taxa Selic, atualmente em 12,25% ao ano, é uma das medidas que o Banco Central pode adotar para tentar controlar a inflação.

Com a nova sistemática de metas de inflação que entra em vigor em 2025, o Banco Central terá que se justificar publicamente caso a inflação fique fora do intervalo permitido por seis meses consecutivos. Essa mudança pode trazer uma maior pressão sobre a política monetária e sobre a condução da economia pelo governo.

O cenário atual de inflação elevada e a necessidade de resposta do governo e do Banco Central são questões que afetam diretamente a vida dos brasileiros, que já enfrentam um aumento no custo de vida e uma diminuição no poder de compra. A situação exige atenção e medidas eficazes para estabilizar a economia e proteger os cidadãos.

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