Maduro toma posse pela terceira vez na presidência da Venezuela em meio a fraudes
Após fortíssimas evidências de fraude na eleição, Maduro assume novamente a presidência da Venezuela.
Nicolás Maduro Moros, líder do chavismo, tomou posse nesta sexta-feira (10) para um terceiro mandato na presidência da Venezuela, em meio a intensas controvérsias e acusações de fraude eleitoral. A cerimônia ocorreu no Palácio Federal Legislativo, em Caracas, e contou com a presença de delegações de mais de 100 países, incluindo a embaixadora do Brasil na Venezuela, Glivânia Maria de Oliveira.
As eleições, realizadas em 28 de julho, foram marcadas por alegações de irregularidades. O opositor Edmundo González, que se apresentou como candidato, afirma ter vencido a disputa, mas o Conselho Nacional Eleitoral declarou Maduro como o vencedor com 51% dos votos. A oposição, no entanto, reuniu atas que indicam que González teria obtido o dobro dos votos de Maduro, o que gerou protestos em todo o país.
Na véspera da posse, centenas de manifestantes se reuniram nas ruas de Caracas para protestar contra o governo, exigindo a libertação de líderes opositores e denunciando a repressão brutal às vozes dissidentes. A líder da oposição, Maria Corina Machado, que foi brevemente detida durante os protestos, é uma figura proeminente na luta contra o regime de Maduro e tem sido uma crítica ferrenha do governo.
O governo venezuelano, por sua vez, tem se defendido das acusações, alegando que as alegações de fraude são parte de uma “operações de falsa bandeira” promovidas pela direita. As autoridades insistem que a vitória de Maduro é legítima e que as eleições foram conduzidas de forma transparente, apesar da falta de evidências que sustentem essa afirmação.
A posse de Maduro ocorre em um contexto de crescente pressão internacional. Líderes de várias nações, incluindo da Europa e das Américas, condenaram a repressão às vozes da oposição e exigiram a libertação de presos políticos. A situação na Venezuela continua a ser um ponto de tensão nas relações diplomáticas, especialmente com países que apoiam o governo de Maduro.
O novo mandato de Maduro se inicia com promessas de reformas, incluindo a criação de uma “ampla comissão nacional e internacional” para revisar a constituição do país. No entanto, muitos analistas e opositores duvidam da sinceridade dessas promessas, considerando o histórico do governo em silenciar a oposição e controlar a narrativa política.
As recentes manifestações em apoio a Maduro foram amplamente divulgadas como demonstrações de força do chavismo, mas também levantam questões sobre a verdadeira popularidade do governo. A Venezuela, que enfrenta uma grave crise econômica e social, continua a ser um dos países mais polarizados da América Latina.
Enquanto isso, a comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos na Venezuela, com a expectativa de que a situação política se agrave ainda mais. A falta de transparência nas eleições e a repressão às manifestações são temas que permanecem em pauta, enquanto o governo de Maduro tenta consolidar seu poder em um cenário de crescente descontentamento popular.
A posse de Maduro, marcada por tensões e protestos, reflete a complexidade da situação política na Venezuela, onde a luta pelo poder e a defesa da democracia continuam a ser desafios centrais. O futuro do país permanece incerto, com a oposição se mobilizando e a população clamando por mudanças significativas.
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