Venezuela fecha fronteira com o Brasil no dia da posse de Nicolás Maduro
O fechamento da passagem em Pacaraima ocorre em meio a alegações de conspiração internacional pelo regime venezuelano.
O governo da Venezuela, sob a liderança do presidente Nicolás Maduro, fechou a fronteira com o Brasil nesta sexta-feira, 10 de janeiro, coincidentemente no dia em que Maduro tomou posse para seu terceiro mandato. A interrupção do fluxo de pessoas e mercadorias ocorreu na passagem entre Pacaraima, no estado de Roraima, e Santa Elena de Uairén, na Venezuela.
De acordo com informações da Polícia Militar de Roraima, o bloqueio foi implementado por militares venezuelanos, que utilizaram cones e barreiras metálicas para obstruir a passagem. Moradores de Pacaraima relataram que a fronteira foi fechada pela manhã e, até o momento, não havia informações sobre uma possível reabertura.
O fechamento da fronteira não é uma novidade. Historicamente, a passagem entre os dois países costuma ser interrompida em datas de relevância política, como eleições e cerimônias de posse. Em 2019, por exemplo, a fronteira também foi fechada em momentos de crise política na Venezuela.
Além do Brasil, o regime venezuelano também fechou a fronteira com a Colômbia no mesmo dia, alegando uma suposta “conspiração internacional” para desestabilizar o país. Freddy Bernal, governador do estado de Táchira, afirmou que a medida visa proteger a paz dos venezuelanos e que o fechamento se estenderia até a manhã de segunda-feira, 13 de janeiro.
O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, ainda não se manifestou oficialmente sobre o fechamento da fronteira, mas a Polícia Militar de Roraima confirmou a interrupção do fluxo. Apesar do bloqueio, o trânsito de pedestres continua, embora tenha havido uma redução no número de migrantes que cruzam a fronteira.
Nicolás Maduro, que está no poder desde 2013, enfrenta críticas internacionais e acusações de fraudes nas eleições que o reelegeram. O governo dos Estados Unidos, por exemplo, classificou o novo mandato de Maduro como uma “farsa” e anunciou a imposição de novas sanções ao país.
O fechamento da fronteira ocorre em um contexto de crescente tensão política na Venezuela, onde a oposição continua a contestar a legitimidade do governo. Maduro, por sua vez, tem se utilizado de discursos que acusam a oposição e potências estrangeiras de tentarem desestabilizar seu governo.
O senador Hiran Gonçalves, do Partido Progressista de Roraima, expressou preocupação com o fechamento e solicitou ao Ministério das Relações Exteriores que busque a reabertura imediata da passagem, ressaltando a importância do fluxo entre os dois países para a população local.
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