Mercado financeiro eleva projeção de inflação para 5% em 2025 e 2026
Aumento nas expectativas de inflação ocorre pela 13ª semana consecutiva, segundo o Boletim Focus.
O mercado financeiro revisou suas projeções para a inflação, elevando a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,99% para 5% em 2025. A informação foi divulgada no Boletim Focus, um relatório semanal que compila as estimativas de economistas consultados pelo Banco Central.
Além da projeção para 2025, a expectativa para 2026 também foi ajustada, passando de 4,03% para 4,05%. Essa revisão se dá em um contexto de pressão inflacionária persistente, que já levou a inflação de 2024 a ultrapassar o teto da meta estabelecida pelo governo, que é de 4,5%.
Na última semana, o IPCA fechou em 4,83%, o que gerou preocupações sobre o cumprimento das metas inflacionárias. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, enviou uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os fatores que contribuíram para o desvio da meta, como o crescimento robusto da economia e a depreciação da moeda nacional.
A partir deste ano, uma nova metodologia de verificação das metas de inflação será implementada. O sistema passará a ser contínuo, ou seja, a meta será considerada descumprida se o IPCA se desviar do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos. Atualmente, a meta é de 3,0%, com um intervalo de tolerância que varia de 1,5% a 4,5%.
Os analistas também mantiveram as previsões para outras variáveis econômicas. A expectativa é que a taxa Selic permaneça em 15% ao ano e que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) fique em 2,02% para 2025. Para 2026, a projeção de crescimento é de 1,80%.
O dólar, segundo as estimativas, deve terminar o ano cotado a R$ 6,00, o que representa uma estabilidade em relação às semanas anteriores. A taxa de juros, que atualmente está em 15%, deverá ser mantida, mas os analistas esperam que haja um aumento gradual nos próximos anos.
O Boletim Focus é uma ferramenta importante para entender as expectativas do mercado em relação à economia brasileira, e as revisões constantes nas projeções de inflação refletem a preocupação dos economistas com a trajetória dos preços e a eficácia das políticas monetárias adotadas pelo Banco Central.
Com o novo sistema de metas, o Banco Central terá um desafio adicional para controlar a inflação e garantir a estabilidade econômica, especialmente em um cenário de crescimento e depressão cambial. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) está agendada para os dias 28 e 29 de janeiro, onde novas decisões sobre a taxa de juros poderão ser tomadas.
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