Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, confirma que projeto será protocolado em fevereiro
14 de Janeiro de 2025 às 21h20

Governo apresenta proposta de nova contribuição sindical

Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, confirma que projeto será protocolado em fevereiro

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, anunciou que um projeto de lei para a criação de uma nova contribuição sindical, vinculada a acordos coletivos, será apresentado até o final de fevereiro. A proposta será protocolada pelo deputado Luiz Gastão (PSD-CE), em uma estratégia para facilitar a aprovação no Congresso, onde o tema é considerado polêmico.

Marinho destacou que a nova taxa deve ser paga por todos os trabalhadores que se beneficiarem de aumentos salariais resultantes de negociações coletivas. Ele acredita que essa mudança de abordagem ajudará a superar a resistência que o governo enfrenta em relação a esse assunto delicado.

“Estamos próximos desse acordo. Um dos integrantes da comissão deve oferecer uma proposta. O que importa é um entendimento entre as partes, mesmo que o governo não goste”, afirmou Marinho em entrevista.

A contribuição sindical, também conhecida como imposto sindical, foi extinta em 2017 durante a reforma trabalhista, que permitiu que os trabalhadores optassem por não contribuir após informar o sindicato. A nova proposta visa reverter essa situação, obrigando o pagamento da taxa uma vez ao ano, correspondente a um dia de trabalho.

O ministro defendeu que a nova contribuição deve ser aprovada em assembleia da categoria, mas, uma vez autorizada, todos os trabalhadores serão obrigados a pagá-la, sem direito de oposição. “Se um condomínio aprova em assembleia a modernização da portaria do prédio, quem for contra não vai contribuir com a taxa extra? Pode reclamar, mas tem que pagar”, disse Marinho.

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Além disso, Marinho mencionou que o governo está em diálogo com o Congresso para encontrar um consenso sobre a proposta. Ele ressaltou que a proposta deve tirar poder do Estado e do Ministério do Trabalho, transferindo-o para as organizações coletivas, que formarão conselhos para discutir parâmetros de negociação.

“Os congressistas gostam de dizer que são liberais. Essa proposta aumenta a liberalidade”, afirmou o ministro, ressaltando a importância de um entendimento entre os parlamentares para a viabilização do projeto.

Marinho também comentou sobre as dificuldades enfrentadas em relação a propostas anteriores, como a regulamentação do trabalho aos domingos e feriados, que não avançaram devido à resistência no Congresso. “O Congresso não tem cumprido a obrigação no tema, então o Supremo Tribunal Federal (STF) legisla quando provocado”, disse.

O retorno do imposto sindical, uma medida que remete à era de Getúlio Vargas, gera controvérsias, especialmente entre trabalhadores não sindicalizados, que representam a maioria. A proposta, que busca revitalizar a arrecadação dos sindicatos, enfrenta críticas e desconfiança por parte de diversos setores da sociedade.

O governo, as centrais sindicais e as confederações patronais têm discutido a proposta desde 2023, após o STF aprovar o recolhimento da taxa de todos os trabalhadores, incluindo os não sindicalizados, desde que assegurado o direito de oposição.

Com a nova proposta em pauta, o governo espera que o diálogo com o Congresso possa resultar em um entendimento que permita a implementação da nova contribuição sindical, que promete ser um tema central nas discussões políticas nos próximos meses.

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