Haddad atribui queda do Pix a fatores sazonais e nega relação com nova norma da Receita
Ministro da Fazenda afirma que diminuição nas transações não está ligada a fake news ou mudanças na fiscalização.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (15) que a recente queda nas transações realizadas pelo sistema de pagamentos instantâneos, o Pix, é resultado de fatores sazonais e não está relacionada à nova instrução normativa da Receita Federal que ampliou a fiscalização sobre movimentações financeiras.
Durante coletiva de imprensa, Haddad destacou que a diminuição das operações em janeiro, que registrou uma queda de 10,9% em comparação ao mesmo período de dezembro, é uma tendência observada anualmente. “Quando você considera a sazonalidade, não tem havido problemas desse tipo”, disse o ministro, enfatizando que a redução é comum nesse período do ano.
O chefe da equipe econômica também comentou sobre a onda de desinformação que circulou nas últimas semanas, associando a queda do Pix a uma suposta taxação sobre o sistema. Haddad foi enfático ao afirmar que não há qualquer intenção do governo de criar taxas sobre o uso do Pix, que permanece gratuito para pessoas físicas.
“A disseminação de fake news e práticas fraudulentas pode ter consequências graves. Vamos tomar providências, inclusive criminais, contra quem está propagando essas informações falsas”, declarou Haddad, referindo-se a golpes que têm sido aplicados por meio do sistema, como comerciantes que cobram valores indevidos de clientes que optam pelo pagamento via Pix.
Além disso, o ministro revelou que a Advocacia-Geral da União (AGU) foi acionada para tomar medidas judiciais contra golpistas que utilizam boletos falsos ou que disseminam informações equivocadas sobre o sistema de pagamentos. “Quem está divulgando fake news está patrocinando organizações criminosas no país”, afirmou.
Haddad também mencionou que o governo está considerando a possibilidade de uma campanha publicitária para esclarecer a população sobre o funcionamento do Pix e as novas regras de monitoramento da Receita Federal. “O fortalecimento do sistema financeiro e o combate a fraudes são prioridades na nossa agenda”, completou.
O ministro ressaltou que o Banco Central continua monitorando as transações e mantendo diálogo com a Fazenda para garantir a segurança e a confiança no sistema de pagamentos. Ele reiterou que a queda observada nas transações não deve ser interpretada como um enfraquecimento do Pix, mas sim como uma característica sazonal.
Com a crescente popularidade do Pix desde seu lançamento em novembro de 2020, o governo tem se esforçado para garantir que o sistema permaneça seguro e acessível a todos os brasileiros, combatendo a desinformação e os golpes que possam prejudicar os usuários.
O cenário atual levanta a importância de um diálogo claro entre o governo e a população, especialmente em tempos de incerteza econômica e desconfiança em relação a novas regulamentações. O compromisso do governo em esclarecer as regras e proteger os consumidores é fundamental para manter a confiança no sistema financeiro.
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