Casa Civil nega que intervenções artificiais sejam consideradas para baratear alimentos
Após declarações do ministro Rui Costa, Casa Civil reafirma que medidas serão discutidas com produtores e ministérios.
A Casa Civil do Brasil negou nesta quarta-feira, 22, que esteja em pauta uma “intervenção de forma artificial” para reduzir os preços dos alimentos. A declaração foi feita após o chefe da pasta, Rui Costa, mencionar que o governo buscaria um conjunto de intervenções para baratear os preços durante uma entrevista.
Rui Costa, que é o ministro da Casa Civil, afirmou que o governo se reuniria com os ministros da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Fazenda para discutir ações que poderiam contribuir para a redução dos preços dos alimentos. Ele declarou: “Nós vamos fazer algumas reuniões com o ministro da Agricultura, com o ministro do Desenvolvimento Rural e o Ministério da Fazenda para buscar um conjunto de intervenções que sinalizem para o barateamento dos alimentos”.
Entretanto, a Casa Civil rapidamente emitiu uma nota esclarecendo que o termo correto a ser utilizado seria “medidas”, e não “intervenções”. Uma fonte da pasta enfatizou que “sem chances de acontecer qualquer intervenção, como no passado”.
O ministério ainda destacou que não há discussões sobre intervenções artificiais nos preços, e que as reuniões com os ministérios e os produtores de alimentos visam discutir medidas que podem ser implementadas para enfrentar a inflação dos alimentos, que se tornou uma preocupação crescente no país.
Em 2024, a inflação superou o teto da meta estabelecida, fechando o ano em 4,83%, com os preços dos alimentos sendo os principais responsáveis pelo aumento. O café, por exemplo, teve um aumento de quase 40% no ano passado.
A questão da inflação dos alimentos é um tema central para o governo, especialmente em um cenário onde os preços continuam a pressionar o orçamento das famílias brasileiras. A expectativa agora é saber quais medidas concretas serão apresentadas, além da negativa sobre intervenções.
Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou de seus ministros, Carlos Fávaro, da Agricultura, e Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, ações efetivas para conter a alta dos preços dos alimentos. Durante uma reunião ministerial, Lula expressou sua insatisfação com a situação atual e pediu uma resposta imediata.
De acordo com informações de participantes da reunião, Teixeira informou que um grupo de trabalho foi formado entre os ministérios da Agricultura, Desenvolvimento Social e Fazenda para discutir a questão. Contudo, Lula não se mostrou satisfeito com a resposta e reiterou a necessidade de uma solução rápida.
A pressão inflacionária sobre os alimentos, que se intensificou em 2024, deve continuar neste ano. Produtos como carnes, açúcar e café são apontados como fatores que podem continuar a elevar os preços, enquanto a maior safra de grãos pode oferecer um alívio temporário ao movimento inflacionário.
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