Medida visa reverter a queda de popularidade do presidente devido aos altos preços dos alimentos.
25 de Janeiro de 2025 às 08h26

Governo Lula pretende reduzir impostos para tentar baratear alimentos

Medida visa reverter a queda de popularidade do presidente devido aos altos preços dos alimentos.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou uma proposta para reduzir impostos sobre a importação de alimentos, uma medida que visa conter a alta dos preços e reverter a queda de popularidade do mandatário. A iniciativa foi discutida em reunião no Palácio do Planalto, onde Lula convocou seus ministros do setor econômico e alimentício para apresentar soluções para a crise de preços que afeta a população.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que a redução das alíquotas de importação será aplicada a produtos que apresentem preços internos superiores aos do mercado internacional. “Todos os produtos que tiverem preço interno maior do que o externo, vamos atuar imediatamente na alíquota de importação”, declarou Costa.

No entanto, a proposta foi recebida com ceticismo por especialistas e críticos da administração. O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), criticou a medida, afirmando que ela é uma tentativa do governo de “transferir a culpa da sua própria incapacidade”. Para Lupion, a ação é “desesperada” e “mal pensada”, uma vez que os preços dos alimentos seguem padrões mundiais e a redução de impostos não necessariamente resultará em preços mais baixos para os consumidores.

Analistas também apontam que a proposta pode ter um efeito limitado sobre a inflação dos alimentos. Eles destacam que fatores como o clima e a cotação do dólar têm um impacto muito maior nos preços do que as alíquotas de importação. “A inflação dos alimentos tem afetado a popularidade do presidente, mas essa medida é mais cosmética do que efetiva”, afirmou um economista que preferiu não ser identificado.

Além disso, durante a reunião, os ministros discutiram a necessidade de estimular a produção interna e reduzir os custos de intermediação no mercado. “Queremos que o valor dos benefícios chegue integralmente ao trabalhador”, disse Costa, ressaltando que não haverá congelamento de preços ou outras medidas heterodoxas para controlar os custos.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

Os críticos da proposta argumentam que o governo precisa focar em medidas mais estruturais, como a redução de gastos públicos e a valorização da economia, em vez de buscar soluções rápidas que podem não trazer resultados efetivos. “Medidas efetivas de corte de gastos e valorização da economia seriam muito mais eficientes do que essa tentativa de enganar a população”, afirmou Lupion.

Os ministros também foram informados sobre a evolução da produtividade da safra brasileira e as perspectivas para os próximos anos. Apesar das promessas de ações, muitos permanecem céticos quanto à capacidade do governo de controlar a inflação dos alimentos sem uma estratégia mais robusta.

Enquanto isso, a pressão sobre o governo aumenta, já que a inflação dos alimentos continua a ser uma preocupação central para os brasileiros, afetando diretamente o custo de vida e a popularidade do presidente. O governo Lula se vê em uma corrida contra o tempo para apresentar resultados que possam reverter a insatisfação popular.

A expectativa é que a equipe do Ministério da Fazenda apresente em breve um plano detalhado sobre a redução de impostos e outras medidas que visem a estabilização dos preços. Contudo, a eficácia dessas ações ainda está em dúvida, e muitos se perguntam se elas serão suficientes para atender às demandas da população.

As discussões no governo refletem um cenário complexo, onde a alta dos preços dos alimentos não é apenas uma questão econômica, mas também política, uma vez que afeta diretamente a percepção pública sobre a administração Lula.

Veja também:

Tópicos: