Decisão da Justiça Federal do Paraná resulta em penas de até 14 anos para os réus envolvidos em plano contra o ex-juiz.
23 de Janeiro de 2025 às 19h40

Oito integrantes do PCC são condenados por plano de sequestro de Sergio Moro

Decisão da Justiça Federal do Paraná resulta em penas de até 14 anos para os réus envolvidos em plano contra o ex-juiz.

A Justiça Federal do Paraná condenou oito membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) a penas que variam de cinco a 14 anos e nove meses de prisão por planejarem o sequestro do ex-juiz e atual senador Sergio Moro, do União Brasil. A sentença foi proferida pela juíza federal substituta Sandra Regina Soares, da 9ª Vara Federal em Curitiba.

Entre os condenados estão Claudinei Gomes Carias, que recebeu a pena máxima de 14 anos e nove meses, e outros seis réus que também foram sentenciados a penas superiores a oito anos. A decisão absolveu três acusados, enquanto dois outros já haviam falecido na penitenciária onde estavam detidos.

O plano de sequestro, que envolvia ações de vigilância e monitoramento do ex-juiz, tinha como motivação a atuação de Moro durante seu tempo como ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro. Durante sua gestão, Moro implementou medidas que afetaram diretamente os membros do PCC, como a transferência de detentos para presídios federais e a restrição de visitas íntimas.

A operação que resultou nas condenações, batizada de Sequaz, foi deflagrada em março de 2023 pela Polícia Federal, que cumpriu 11 mandados de prisão e realizou diversas diligências para desmantelar o plano. A investigação começou após o depoimento de um ex-integrante do PCC que colaborou com as autoridades e revelou detalhes sobre a trama.

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Os réus foram acusados de alugar imóveis em Curitiba para executar o sequestro e realizaram monitoramento do senador, que chegou a ser alvo de uma tentativa frustrada de captura. A facção criminosa utilizava codinomes para se referir a Moro, que era identificado como “Tóquio” em suas comunicações internas.

O senador Sergio Moro se manifestou nas redes sociais após a decisão, expressando sua gratidão aos órgãos envolvidos na investigação. Ele destacou a importância de continuar a busca pelo mandante do crime e afirmou que tomará providências junto ao Ministro da Justiça para que as investigações prossigam.

Entre os condenados, Claudinei Gomes Carias, conhecido pelo codinome “Carro”, foi apontado como responsável por alugar a casa onde a facção planejava executar o sequestro e por realizar os levantamentos sobre o ex-juiz. A polícia também encontrou indícios de que ele desviava recursos destinados à operação.

A decisão da Justiça é vista como um passo importante no combate ao crime organizado no Brasil, especialmente em relação ao PCC, que tem se mostrado uma organização criminosa cada vez mais ousada e estruturada. O caso de Moro, que já foi uma figura central na luta contra a corrupção no país, agora se entrelaça com a necessidade de garantir sua segurança e a de outras autoridades.

A condenação dos integrantes do PCC representa uma resposta do sistema judiciário brasileiro à crescente ameaça que as facções criminosas representam para a sociedade e para as instituições. A continuidade das investigações é essencial para desmantelar completamente as redes de crime organizado que operam no país.

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