Condenação está ligada à Operação Sequaz, que desmantelou plano de atentado contra o senador e ex-juiz federal.
24 de Janeiro de 2025 às 13h16

Oito integrantes do PCC são condenados por plano de sequestro de Sergio Moro

Condenação está ligada à Operação Sequaz, que desmantelou plano de atentado contra o senador e ex-juiz federal.

Oito integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) foram condenados pela Justiça Federal por envolvimento em um plano de sequestro do senador e ex-juiz federal Sergio Moro, que atualmente representa o União Brasil no Paraná. A sentença foi proferida pela juíza federal substituta Sandra Regina Soares, da 9ª Vara Federal em Curitiba, e as penas variam de 5 a 14 anos de reclusão.

A condenação é resultado da Operação Sequaz, que revelou a articulação criminosa do PCC, a qual, segundo a magistrada, não foi um ato isolado, mas parte de uma “atuação criminosa contínua e extremamente estratégica” da facção. O plano foi elaborado pela célula autodenominada “sintonia restrita”, um centro de inteligência do grupo.

A juíza destacou que a facção não apenas planejou o sequestro, mas também realizou levantamentos sobre outras autoridades públicas, demonstrando um modus operandi meticuloso. O crime foi tipificado como extorsão mediante sequestro, e a magistrada explicou que o plano não se concretizou devido à intervenção da Polícia Federal.

“A desistência inicial não foi voluntária, mas fruto de intervenções externas, e os réus mantiveram a intenção de consumar o crime, retomando suas ações criminosas até serem definitivamente impedidos pela atuação das autoridades policiais”, argumentou a juíza.

Durante a Operação Sequaz, a escalada de violência do PCC estava prestes a ser desencadeada. Os membros da facção monitoravam os passos de seus alvos e já haviam alugado imóveis que seriam utilizados para a execução do plano.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

Além de Sergio Moro, outros agentes públicos estavam na mira do PCC, incluindo o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que há quase duas décadas investiga a facção, e agentes penitenciários. O inquérito apontou que os ataques planejados incluíam sequestros e até assassinatos, com o PCC pretendendo realizar uma ação coordenada em diferentes estados.

Entre os condenados está Janeferson Aparecido Mariano Gomes, conhecido como “Nefo”, que foi executado em junho de 2024 na Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira, em Presidente Venceslau, interior de São Paulo. O plano de sequestro foi motivado por mudanças nas regras de visitas a detentos, uma decisão que Moro tomou enquanto era ministro da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro.

Os condenados incluem Claudinei Gomes Carias, conhecido como “Nei” ou “Carro”, que foi apontado como responsável por ações de vigilância sobre Moro e sua família; Franklin da Silva Correa, o “Frank”, que ajudou na parte operacional do plano; e Herick da Silva Soares, conhecido como “Sonata”, que participou de atividades logísticas, como levantamento de dados pessoais e aluguel de imóveis.

Outros condenados são Aline Arndt Ferri, Cintia Aparecida Pinheiro Melesqui, Hemilly Adriane Mathias Abrantes, Aline de Lima Paixão e Oscalina Lima Graciote. Três réus foram absolvidos durante o julgamento.

O processo corre em sigilo, mas as investigações continuam em andamento, com a expectativa de que mais informações sobre o caso venham à tona.

Veja também:

Tópicos: