Ministério do Planejamento anunciou a suspensão temporária da Fundação IBGE+ em nota divulgada nesta quarta-feira.
29 de Janeiro de 2025 às 19h35

Governo suspende criação da Fundação IBGE+ após críticas de servidores e sindicato

Ministério do Planejamento anunciou a suspensão temporária da Fundação IBGE+ em nota divulgada nesta quarta-feira.

O Ministério do Planejamento anunciou, em uma nota divulgada em conjunto com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 29, a suspensão temporária da Fundação IBGE+. Esta fundação tinha como objetivo buscar novas fontes de financiamento para o Instituto, mas sua criação gerou polêmica e resistência entre os servidores.

A decisão de suspender a fundação foi motivada pela necessidade de revisar o modelo proposto, que pode exigir alterações na legislação vigente. O governo planeja discutir alternativas com o Congresso Nacional antes de tomar qualquer decisão definitiva. A nota destaca que “estão sendo mapeados modelos alternativos que podem ensejar alterações legislativas, o que requererá um diálogo franco e aberto com o Congresso Nacional”.

A Fundação IBGE+ foi criticada pelo sindicato que representa os servidores do IBGE, que a classificou como um “IBGE paralelo”, levantando preocupações sobre a interferência na independência técnica do órgão. A iniciativa, defendida pelo presidente do IBGE, Márci Pochmann, encontrou forte resistência, com servidores acusando a gestão de adotar práticas antissindicais.

A polêmica começou em setembro, quando o sindicato tomou conhecimento da proposta da fundação, que já havia sido discutida em julho. Recentemente, protestos foram organizados por servidores na sede do IBGE, no Rio de Janeiro, em resposta às ações da administração atual.

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Em meio a esse clima de tensão, Pochmann refutou as alegações de perseguição e afirmou que denúncias relacionadas a consultorias privadas envolvendo servidores estão sendo investigadas. Ele está atualmente em uma viagem pelo Brasil para apresentar o plano de trabalho para 2025, mas os servidores expressam descontentamento pela falta de consulta nas diretrizes propostas.

A insatisfação com a gestão resultou na renúncia de diretores e na publicação de uma carta aberta por 136 servidores, que criticaram a abordagem autoritária de Pochmann. A situação se agravou a ponto de 289 chefes, entre gerentes e coordenadores, assinarem um documento confrontando a gestão do presidente do IBGE.

Além da suspensão da Fundação IBGE+, o Ministério do Planejamento também anunciou que o governo garantirá recursos para a realização do Censo Agropecuário, Florestal e Aquícola em 2025, uma pesquisa essencial para mapear a produção rural no Brasil. Os recursos virão da Lei Orçamentária Anual (LOA) e serão utilizados para treinamento e contratação de pessoal.

A decisão de suspender a criação da fundação foi tomada em uma reunião entre a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e Pochmann, após conversas com o presidente Lula, que concordou com a medida. A ministra, que inicialmente apoiava a criação da fundação, decidiu recuar para tentar apaziguar a crise que se intensificou nas últimas semanas.

O comunicado oficial do Ministério do Planejamento enfatiza que a suspensão é temporária e que o objetivo agora é debater com os servidores. Contudo, a expectativa é de que esse diálogo não será fácil, dado o clima de tensão entre a gestão e os funcionários.

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