Gestão municipal afirma que Uber não consultou o poder público antes do início do Uber Shuttle. Empresas não se pronunciaram.
31 de Janeiro de 2025 às 22h44

Prefeitura de São Paulo solicita explicações da Uber sobre ônibus fretado

Gestão municipal afirma que Uber não consultou o poder público antes do início do Uber Shuttle. Empresas não se pronunciaram.

A Prefeitura de São Paulo notificou a Uber e a Viação Mimo para que prestem esclarecimentos sobre o serviço de ônibus fretado, conhecido como Uber Shuttle, que oferece transporte entre a capital e Guarulhos por meio de uma parceria entre as duas empresas.

Comumente chamado de Uber Ônibus, esse modal já era utilizado no Brasil para transporte de funcionários de empresas. Agora, o serviço está disponível ao público para deslocamentos intermunicipais. A funcionalidade chegou a ser exibida no aplicativo no início da semana, mas na última sexta-feira, 31, não estava mais acessível. A administração municipal tentou contato com a Uber e a Viação Mimo, mas não obteve resposta.

A gestão municipal informa que o Departamento de Transportes Públicos (DTP) não foi consultado nem notificado pelas empresas antes do início das operações. A prefeitura ressalta que o fretamento coletivo deve seguir normas específicas, incluindo a entrega de listas com a identificação dos passageiros aos motoristas.

“O DTP reforça que a cobrança de passagens individuais para transporte – seja por meio de plataformas ou pela venda de bilhetes em guichês – não é permitida para a categoria de fretamento”, declarou a Prefeitura de São Paulo.

A parceria entre a Uber e a Mimo visa operar o projeto, onde a Uber conecta os passageiros ao serviço e a Mimo, uma empresa de transporte rodoviário, fornece os veículos. Atualmente, cinco rotas ligam São Paulo a Guarulhos, com a frota se deslocando para a capital pela manhã e retornando à tarde.

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No momento, não há previsão para a cobrança de passagens unitárias. A Uber oferece pacotes mensais que incluem, no mínimo, dois deslocamentos em um período de 30 dias. Os usuários devem escolher um dos cinco percursos disponíveis no aplicativo e podem reservar de um a três assentos. A validação da carona é feita pelo motorista através de um código apresentado no embarque.

A Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) e a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), responsável pelas linhas intermunicipais, afirmam que a forma como o serviço está sendo oferecido não está em conformidade com a legislação que regula o fretamento.

Segundo as agências, a Uber e a Viação Mimo só podem operar o Uber Ônibus se obtiverem uma concessão do Governo de São Paulo. Caso contrário, correm o risco de multas e apreensão dos veículos, como já ocorreu com dois ônibus que foram retirados de circulação no último dia 10, em Guarulhos.

“Embora a empresa contratada esteja devidamente cadastrada no sistema de fretamento da Agência, a cobrança individual dos passageiros caracteriza o serviço de transporte coletivo regular, não se enquadrando, portanto, no serviço de fretamento anunciado”, afirma a Artesp.

A EMTU complementa que o serviço, conforme anunciado, pressupõe a cobrança individual, com origem, destino e itinerário fixos. “Esta modalidade de transporte só pode ser oferecida mediante concessão expressa do poder concedente, conforme a legislação”, conclui.

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